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O Brasil é um dos gigantes do mundo

Apenas cinco países no mundo inteiro fazem parte, ao mesmo tempo, da lista dos 10 maiores territórios, as 10 maiores populações e as 10 maiores economias.

Edição: 316
Data da Publicação: 30/10/2020

"O Brasil é um dos gigantes do mundo. Apenas cinco países no mundo inteiro fazem parte, ao mesmo tempo, da lista dos 10 maiores territórios, as 10 maiores populações e as 10 maiores economias. Esses cinco países são: Rússia, China, Índia, Brasil e EUA", avalia o economista e escritor Paulo Nogueira Batista. Mesmo assim, insistem e persistem numa política, dita de austeridade, para os trabalhadores e classe média que não deu certo em nenhum lugar do mundo e, que hoje, é contestada até pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Enquanto a Europa e os Estados Unidos retomam a política de endividamento e emissão de moeda via dívida pública, e seus bancos centrais e os governos mantêm a renda e o emprego, investem e financiam as empresas, aqui só se fala em teto de gastos, em dívida pública, em juros mais altos. Chegamos ao absurdo de cortar salários e aumentar impostos, e não sobre a renda, a riqueza e o patrimônio, lucros e dividendos, lucro sobre o capital próprio, grandes fortunas, heranças e doações, mas sobre bens e serviços, agravando ainda mais nossa estrutura tributária injusta, indireta e regressiva.

O país precisa de investimento público em infraestrutura, habitação, saneamento, saúde, educação e inovação. Os orçamentos de 2020 e 2021 devem ser revistos para ter-se mais créditos extraordinários para saúde, educação e ciência e tecnologia. Com o BNDES e os investimentos públicos, pode e deve sustentar um programa de socorro imediato às micro, pequenas e médias empresas e fazer com que os investimentos a médio prazo garantam o crescimento econômico e evitem o desastre iminente no caminho seguido pelo governo.

É desculpa o argumento do déficit e da dívida pública e a propaganda de que estamos emitindo dinheiro inflacionário. Além do papel do BNDES e da dívida pública, temos o superávit financeiro do Banco Central via operações cambiais que pode sustentar o programa emergencial de renda mínima e Bolsa Família - aliás, como já falamos aqui mesmo na edição nº 312, de 12.10.20. Fora o fato de que nosso endividamento é menor do que o da maioria dos países desenvolvidos, incluindo aí os Estados Unidos.

A tempestade que se avizinha, numa combinação de crise social, econômica e institucional, colocará todos à prova. Ninguém vai escapar, mesmo a esquerda, única que se mantém em oposição frontal a este desgoverno a que estamos sendo submetidos.