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1º de maio não é dia comemorativo, mas dia de luto e luta
"meu dever é estar ao lado dos meus companheiros e subir com eles, se for preciso, ao cadafalso".
Edição: 240
Data da Publicação: 03/05/2019
Nos EUA, era comum os trabalhadores cumprirem uma jornada
de trabalho de 14 ou até 16 horas diárias. Em 1886, uma greve geral tomou conta
de todos os setores de diversas categorias por uma jornada de trabalho de 8
horas diárias.
Todos os dias eles faziam grandes concentrações na porta
das fábricas para protestar. No dia 3 de maio, na cidade de Chicago, a polícia
reprimiu duramente os trabalhadores e matou seis operários. No dia 4, os
trabalhadores deram o troco e, em uma concentração de trabalhadores na
Haymarket Square, uma bomba foi lançada no meio da força repressiva. Dezenas de
policiais foram feridos e um deles caiu morto.
Em seguida, a força repressiva veio mais forte ainda e sete
trabalhadores foram presos. Desse grupo, o oitavo conseguiu se esquivar, mas
quando viu seus companheiros presos, resolveu se entregar e disse: "meu dever é estar ao lado dos meus
companheiros e subir com eles, se for preciso, ao cadafalso".
O julgamento foi completamente viciado, com testemunhas
forjadas e não havia uma só prova do envolvimento dos trabalhadores presos com
a bomba lançada nos policiais.
Com o resultado do julgamento, sete trabalhadores foram
condenados à morte por enforcamento e um condenado a 15 anos de prisão. Louis
Lingg conseguiu se matar um dia antes do enforcamento, ele se negou a dar ao Estado
o prazer de assassiná-lo.
Seis anos depois, um novo governador tomou posse e reconheceu
o erro no processo e decretou a inocência dos anarquistas.
Os mártires de Chicago foram brutalmente e injustamente
assassinados pelo Estado e é em homenagem a eles que o 1º de maio virou o Dia Internacional
dos Trabalhadores.
Por isso não é uma data de festa, é um dia de luto e de
luta.