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Mudança em preços da Petrobras passa por nova direção e "calibragem" de nova política
Promessa de campanha do presidente Lula, fim do PPI
Edição: 435
Data da Publicação: 03/02/2023
Um dia após tomar posse na presidência da Petrobras,
o ex-senador Jean Paul Prates (PT-RN) se reuniu na sexta-feira (27) com
representantes das principais entidades sindicais de petroleiros, categoria que
apoiou sua indicação a chefia da estatal. Recebeu dos sindicalistas cartas de
reivindicações, que continham uma demanda urgente relacionada aos preços praticados
pela Petrobras: o fim do chamado PPI.
O PPI é uma sigla para Preço de Paridade de Importação. Ele é base da
política de preços dos combustíveis vendidos pela Petrobras a distribuidoras de
todo Brasil. Influência nos preços da gasolina, diesel e gás pagos por quase
todos os brasileiros.
Desde 2016, depois do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT),
a Petrobras passou a usar o PPI como preço-base para seus combustíveis. Isso
significa que passou a vender o que produz no Brasil a preços parecidos com os
do mercado internacional. Quando a gasolina sobe pelo mundo, a estatal também
reajusta seus preços.
Essa política causou aumentos expressivos de combustível durante o
governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De janeiro de 2019 - quando ele
assumiu à Presidência- a junho de 2022, a gasolina subiu 69% no país.
Essa alta virou tema do debate eleitoral. Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
prometeu desatrelar os preços da Petrobras aos internacionais. "É
preciso abrasileirar o preço dos combustíveis", declarou ele, ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), antes de se eleger.
Como isso será feito e quando a mudança ocorrerá, entretanto, são
decisões que dependem de uma mudança completa na diretoria da Petrobras e,
principalmente, de uma decisão política e econômica sobre qual será a nova
política de preços.
Assumindo a Petrobras
Prates, até agora, é o único indicado pelo novo governo de Lula a
efetivamente assumir um cargo de chefia na Petrobras. Ele teve sua indicação avaliada pelo conselho de administração da
estatal na quinta-feira (26). Foi aprovado e tomou posse no mesmo dia.
Dos Santos explicou, que além de Prates, o novo governo tem direito de
indicar nomes para ocuparem todas as diretorias executivas da Petrobras:
produção e exploração, refino, sustentabilidade, entre outras áreas. São esses
diretores, sob comando de Prates, que devem avaliar e estruturar uma nova
política de preços para a estatal.
O próprio conselho, aliás, será reformado por conta da transição de
governos. A União é sócia-controladora da Petrobras. Por conta disso, tem
direito de indicar seis nomes dos 11 que compõem a mais alta instância
decisória da Petrobras. Hoje, os seis conselheiros indicados pela União são
nomeações ainda feitas por Bolsonaro. Eles, portanto, devem ser substituídos.
A expectativa é que isso ocorra em abril. Antes, segundo dos Santos,
qualquer mudança significativa na gestão da empresa fica comprometida.
"Primeiro é preciso assumir a gestão efetivamente, com novos diretores e
conselheiros. Aí as decisões poderão ser tomadas", complementou ele.
Nova política
Com o controle da Petrobras, caberá ao governo e aos gestores da estatal
definirem qual a nova política de preços a ser adotada. Petroleiros, por
exemplo, defendem que o preço dos combustíveis vendido pela empresa seja
baseado exclusivamente em questões internas. Isso tende a baratear a gasolina e
diesel consideravelmente - o que beneficiaria a população. Em compensação,
reduziria a rentabilidade da Petrobras - o que desagradaria acionistas.
Fonte BdF