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Aumento de conteúdo local em plataforma geraria quase 160 mil empregos
Petrobrás deve retomar encomendas movimentando indústria e serviços no Brasil
Edição: 437
Data da Publicação: 17/02/2023
A Federação Única
dos Petroleiros (FUP) se soma às entidades que defendem o aumento do nível de conteúdo
nacional nas encomendas feitas pela Petrobras, o que possibilita o
desenvolvimento da cadeia de fornecedores de bens, serviços e de máquinas e
equipamentos no Brasil. A proposta foi encaminhada pela FUP ao presidente Lula
e ao presidente da estatal, Jean Paul Prates.
Atualmente, o
índice de conteúdo local nas licitações de plataformas da Petrobras é de 25%.
Já foi de 40% no passado. "Embora baixo, o percentual não é fácil de ser
cumprido em função do modelo de licitação determinado pela empresa nos últimos
anos, que, na prática, privilegiou encomendas no exterior", afirma o
coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Na semana passada
(2), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu o Sindicato Nacional da
Indústria da Construção Naval (Sinaval). O presidente da entidade, Ariovaldo
Rocha, entregou ao ministro uma carta com a relação das medidas governamentais
necessárias à retomada do setor, listando também os principais obstáculos que
dependem de ações do governo Lula.
Haddad mostrou-se
preocupado com a situação da indústria brasileira e ressaltou que o Brasil
precisa retomar sua plena atividade e recuperar os empregos perdidos nos
últimos anos. Na última segunda-feira, no Rio de Janeiro, o presidente Lula
garantiu que o governo vai retomar os investimentos na indústria naval e de
óleo e gás: "Vamos voltar a construir navios nos estaleiros do Rio de
Janeiro e retomar os investimentos na indústria de óleo e gás", afirmou o
presidente.
Levantamentos
feitos pelo economista Cloviomar Cararine, do Dieese (subseção FUP), mostram
que, para cada R$ 1 bilhão investido pela Petrobras na construção de
plataformas são gerados em torno de 26,3 mil empregos diretos e indiretos; e
cada 1% de conteúdo nacional na construção offshore equivale à criação de cerca
de 3,9 mil empregos.
Pelos cálculos do
especialista, na plataforma P-80, que está sendo feita no exterior, caso seja
cumprido o índice de 25% de conteúdo local, poderiam ser gerados cerca de 395
mil empregos diretos e indiretos, sendo em torno de 296 mil fora do país e 98
mil no Brasil. Se o índice de conteúdo nacional voltasse a 40%, seriam 156 mil
postos de trabalho de qualidade gerados no País.
Bacelar, da FUP,
espera que a nova gestão da Petrobras reformule as regras de licitação de
plataformas. Segundo ele, "os editais seguem normas de contratos únicos, e
como os valores são muito elevados, girando em torno de R$ 15 bilhões por
plataforma, alijam empresas nacionais da competição, em favor de conglomerados
estrangeiros, com estaleiros principalmente na Ásia".
Atualmente, está
em curso a licitação lançada pela Petrobras em 23 de dezembro do ano passado
para a construção de duas plataformas, P-84 e P-85, para os campos de Sépia e
Atapu, na Bacia de Santos (SP). O nível de conteúdo local é de 25%, e há uma
multa de 200% sobre a diferença do índice que não for cumprido. O edital de
licitação segue as regras de contrato único.
O Plano
Estratégico (PE) da Petrobras para o período 2023/2027, aprovado ainda na
gestão passada, prevê a implantação de 18 plataformas marítimas (FPSOs) nesse
período.
Fonte: AEPET/Monitor
Mercantil