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Semana de trabalho de 4 dias

Brasil vai participar do estudo que começa no segundo semestre

Edição: 450
Data da Publicação: 19/05/2023

O Brasil será palco de um importante experimento sobre o impacto da jornada de trabalho semanal de quatro dias. A iniciativa é fruto de uma parceria da organização sem fins lucrativos "4-Day Week Global" (quatro dias por semana), e realizado em parceria com a Reconnect Hapiness at Work.

O estudo vai ser realizado no segundo semestre de 2023 e não há pré-requisitos como número mínimos de funcionários e faturamento para as empresas que querem participar.

Vai haver um custo para participar do estudo, que ainda não foi definido. O modelo que será testado será do tipo 100 - 80 - 100, que significa 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.

Indicadores como estresse da força de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultados financeiros e turner over (nome dado ao fluxo de entradas e saídas de funcionários em uma empresa. É a relação entre o desligamento e a admissão de novos colaboradores) serão fatores avaliados ao final do experimento.

A iniciativa já foi testada em alguns países com bons resultados. Cerca de 60 empresas do Reino Unido participaram do estudo com semana de trabalho de 4 dias durante seis meses. Ao fim do estudo, a grande maioria dos participantes decidiu manter o formato de trabalho após os testes. A receita média das empresas chegou a aumentar 35% em comparação ao período anterior.

Gabriela Brasil

Vamos receber as empresas interessadas em participar do piloto para tirar dúvidas e explicar como o projeto funciona, alinhar as expectativas e os valores de investimentos", explica Gabriela Brasil, líder da 4-Day Week Global.

"Iniciamos a captação das empresas que querem saber mais sobre o piloto. É um processo inicial feito a partir da inscrição no site. O que já estamos fazendo: recebemos empresas do Brasil que já operam nesse formato mais flexível de quatro dias e estamos convidando todas elas a estarem com a gente nesse projeto-piloto representando os pioneiros desse movimento por aqui e que vão ajudar a aconselhar outras empresas", afirma a executiva.

Empresas que já funcionam com 4 dias na semana

Ela citou duas companhias que já rodam nesse modelo e que serão as conselheiras da iniciativa em solo brasileiro: a Vockan, do ramo de tecnologia com sede em São Paulo; e a Efí, antiga Gerencianet, companhia de recebimentos para pessoas físicas e jurídicas, de Minas Gerais.

A partir de agosto, começa uma segunda fase, a de planejamento do projeto-piloto, e vai até outubro. "Nessa etapa, a gente auxilia as empresas na preparação da implementação do projeto", diz Brasil. Só em novembro é que os testes começarão na prática entre as empresas participantes.

Em termos de volume de empresas participantes, a expectativa é de entre 30 e 40 participantes no Brasil.

Como efeito comparativo, no Reino Unido, onde 92% das participantes decidiram manter o modelo mais curto de trabalho, 61 empresas fizeram os testes. Na África do Sul e Canadá, cerca de 30 empresas. Já nos EUA, foram cerca de 40 companhias participantes do projeto.

Pelo mundo

O projeto "The 4-DayWeek Global" tem sido testado em vários países: já são 91 empresas e cerca de 3.500 trabalhadores de 6 países (Austrália, Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Nova Zelândia, além do Reino Unido). O "The 4-Day Week Global" conta com o auxílio de pesquisadores da Universidade de Cambridge, da Universidade de Oxford e do Boston College.

Os Emirados Árabes Unidos foram o país pioneiro na redução no número de dias de trabalho. Desde janeiro de 2022, todos os funcionários de órgãos públicos colaboram com apenas 36 horas semanais, divididas em quatro dias úteis.

E você gostaria de ter uma jornada de trabalho de 4 dias semanais? Mande seu comentário pelo email: redacao@jornalregional.rio