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Gasoduto China - Rússia permite levar gás a Xangai

Enquanto isso, a Europa sofre com falta de gás e pode ver o preço do petróleo levar a novos aumentos

Edição: 427
Data da Publicação: 09/12/2022

Enquanto a Europa cai na armadilha norte-americana de abrir uma cisão entre a Europa e a Rússia, mais uma seção do projeto de gasoduto da rota leste China - Rússia foi concluída, permitindo que o gás natural russo, que seguia para Europa pelo gasoduto Nord Stream 1 e 2 (que foi bombardeado) seja transportado para Xangai.

 

Com uma extensão total de 5.111km, o mega gasoduto transfronteiriço entra na China através da cidade de Heihe, província de Heilongjiang, e atravessa nove regiões provinciais, fornecendo gás natural para áreas ao longo da rota, incluindo Pequim, Xangai e Tianjin, disse a construtora PipeChina.

 

Até 2025, o gasoduto deverá fornecer 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente, o equivalente a reduzir as emissões de dióxido de carbono em 164 milhões de toneladas por ano, segundo a empresa.

 

Assim, a Alemanha, que foi a locomotiva da Europa durante décadas, graças ao gás barato da Rússia, vai sofrer para viver sem esse insumo, e terá que conviver com o gás norte-americano 5 vezes mais caro, tirando não só a sua competitividade frente a China, mas vai ver os produtos chineses ainda mais competitivos. Por onde o gasoduto russo passar, levará desenvolvimento a essas nove regiões chinesas.

 

Europa

 

Enquanto isso, a Europa sofre com as sanções impostas pelos Estados Unidos ao gás e petróleo da Rússia. Um teto unilateral para o preço do petróleo russo acordado pela União Europeia (UE), as nações do G7 e a Austrália entrou em vigor na última segunda-feira, 5/12.

A eficácia da medida depende em grande parte da resposta do mercado, analisam especialistas. No entanto, com a oposição da Rússia, o limite de preço pode desencadear uma instabilidade crescente no mercado, desacelerando a produção de petróleo e exacerbando a crise energética e a inflação crescente na Europa, disseram fontes ouvidas pela agência de notícias Xinhua.

A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo bruto do mundo, depois da Arábia Saudita. O Commerzbank, com sede na Alemanha, previu recentemente que o limite de preço combinado com a proibição da União Europeia de importar petróleo bruto marítimo da Rússia poderia levar a um "aperto no mercado de petróleo no início de 2023" e que o preço do petróleo Brent poderia voltar a US$ 95 por barril.

Esse gasoduto Rússia - China é mais um importante laço que une as duas super potências, uma bélica e outra comercial. Uma união que os próprios norte-americanos evitaram durante décadas de trabalho da Chancelaria americana, mas a guerra Rússia - OTAN jogou um no colo do outro. Para Moscou nada mudou, muito pelo contrário. Já para a Europa esse inverno promete durar anos.

 

Contribuiu Monitor Mercantil