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A história da saúde pública

De 1831 - Só em 1953, Getúlio Vargas cria o Ministério da Saúde

Edição: 294
Data da Publicação: 22/05/2020

Em 1850, o Brasil sofreu com uma gigantesca epidemia de febre amarela, que matou muito, foi um horror e teve sérias consequências. A principal foi que o país aceitou proibir o tráfico de escravos (que já estava proibido desde 1831 e mesmo assim continuou), uma vez que a febre amarela chegou ao Brasil através de um navio de escravos.

Em 1831, Dom Pedro II cria a Junta Central de Higiene Pública

Como a epidemia foi tratada com total descaso, Dom Pedro II criou a Junta Central de Higiene Pública. Este foi o primeiro órgão estruturado para tentar tratar as questões de saúde pública no Brasil.

1897: o presidente Rodrigues Alves e a Diretoria Geral de Saúde Pública

A Junta Central de Higiene Pública durou até 1897 (já República), quando o presidente Rodrigues Alves a transformou em Diretoria Geral de Saúde Pública e chamou Oswaldo Cruz para dirigi-la. Oswaldo Cruz enfrenta a peste bubônica, a varíola e a febre amarela, mas dessa vez com total apoio do então presidente da República.

Gripe espanhola é uma "gripezinha"

Essa diretoria dura até 1918, quando Carlos Saibel diz que a gripe espanhola é uma "gripezinha" e a culpa é da imprensa; claro que foi um escândalo, e assim foi criada a Diretoria Nacional de Saúde Pública pelo presidente Epitácio Pessoa. Em 1920, é chamado para assumir a pasta Carlos Chagas, então discípulo de Oswaldo Cruz. Essa diretoria então começa a pressionar os governos e parlamentares para que o órgão seja transformado em ministério, fato este que o Congresso não aprova, rejeitando a proposta e alegando ser desnecessário.

Em 1930, Getúlio Vargas cria o Ministério da Educação e Saúde

Depois da revolução de 1930, Getúlio Vargas cria o Ministério da Educação e Saúde (15/11/1930). Sanitaristas como Carlos Chagas, Belizário Pena, Adolfo Lutz e Emílio Ribas ficaram desapontados por ele deixar os assuntos da Saúde subordinados à Educação. Getúlio dizia que "as principais da revolução eram Educar e Sanear".

Em 1953, Getúlio Vargas cria o Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde só vira uma pasta mesmo em 25/06/1953 - já com um outro Getúlio Vargas, este que volta à Presidência da República pelos braços do povo -, um ano e um mês antes de Getúlio "sair da vida para entrar na história", o seu suicídio.

Na sequência, Jânio Quadros ganha as eleições, assume o governo e faz um monte de loucuras até renunciar.

João Goulart

João Goulart, vice de Jânio, assume o governo e faz um excelente trabalho na saúde pública com Wilson Fadul, que descobre que 95% da indústria farmacêutica é de laboratórios multinacionais. Assim, ele passou a incentivar uma indústria farmacêutica nacional. Em 1963, João Goulart faz um Congresso Nacional de Saúde Pública que vira um marco na história da saúde pública brasileira. Em seguida vem o golpe de 1964, que teve a participação maciça da grande indústria farmacêutica multinacional.

Na ditadura, Armando Falcão vira ministro da Saúde

No período ditatorial que o Brasil ingressa, um dos ministros da Saúde é o desprezível Armando Falcão, que depois vira o ministro da Justiça que é a favor do AI-5, proíbe o Balé Bolshoi etc.

Eduardo Bueno tem razão quando diz que "as pandemias vêm para o bem, vêm para levar para a lata de lixo da história aqueles que fizeram por merecer".