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Acionistas da Petrobras comemoram o maior lucro da história

"Para se ter uma ideia, entre o dia 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2019, a Petrobras reajustou os preços da gasolina nas refinarias em 28%, do diesel em 27% e do GLP em 10% para uma inflação que ficou em menos de 4%"

Edição: 283
Data da Publicação: 28/02/2020

Os acionistas da Petrobras estão comemorando maior lucro da história da companhia: 40 bilhões de reais em 2019. Este resultado está baseado na venda dos ativos, como a TAG - Transportadora Associada de Gás, da BR Distribuidora e dos campos maduros de petróleo e gás da Bacia de Campos, que renderam 44,5 bilhões de reais à empresa.

Recorde de lucro e recorde de preços nas bombas, mas ao invés da Petrobras refinar o petróleo que é extraído em solo brasileiro por empregados brasileiros e para os brasileiros, a direção da Petrobras prefere deixar as refinarias brasileiras - com empregados brasileiros - ociosas em 50% e importar combustíveis a preços internacionais.

O problema é que você e eu é que pagamos essa conta salgada e em dólares. Análise do DIEESE aponta que a Petrobras tem atuado para garantir apenas os interesses dos acionistas em vez de garantir combustíveis a preço justo e investir no país.

Também segundo a subseção do DIEESE na Federação Única dos Petroleiros (FUP), são resultados que não vão se repetir nos próximos balanços, "pelo contrário, os lucros que essas empresas dariam não vão mais acontecer. Não é duradouro", afirmou o economista e técnico Cloviomar Cararine em participação no Jornal Brasil Atual.

Preços

"Para se ter uma ideia, entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2019, a Petrobras reajustou os preços da gasolina nas refinarias em 28%, do diesel em 27% e do GLP em 10% para uma inflação que ficou em menos de 4%", detalha o economista. Concomitantemente, a empresa vem reduzindo a capacidade de produção das refinarias e aumentando a importação de derivados, enquanto aumenta a exportação de petróleo cru.

Obras começadas

"Obras começadas estão paradas, não gerando renda para estados e municípios, e empregos estão sendo perdidos. A empresa chega em 2019 com 103 mil trabalhadores terceirizados, quando já teve 360 mil; em torno de 58 mil trabalhadores próprios, enquanto já teve mais de 80 mil. Se olharmos o volume de empregos perdidos de 2013 para cá, chegaríamos a um volume de 280 mil empregos a menos", concluiu Cararine.