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O Brasil perdeu 17 fábricas por dia

O jornal Estadão divulgou que o golpe que depôs a ex-presidente Dilma Rousseff atingiu em cheio a indústria brasileira

Edição: 278
Data da Publicação: 24/01/2020

O jornal Estadão divulgou que o golpe que depôs a ex-presidente Dilma Rousseff atingiu em cheio a indústria brasileira, que perdeu 17 unidades por dia de 2015 a 2018. O jornal lembrou que a Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo fez parte das articulações que levaram ao golpe de 2016. O setor ainda não se recuperou. Hoje a indústria trabalha 18,4% abaixo do pico alcançado em 2011.

25.376 unidades industriais encerradas

De acordo com levantamento feito pela Federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 25.376 unidades industriais encerraram suas atividades de 2015 a 2018. O país tinha 384.721 unidades industriais de transformação em 2014, mas teve uma queda de 6,6%, passando a 359.345 indústrias em 2018.

A indústria de transformação opera 18,4% abaixo do pico alcançado em março de 2011. "A transformação está praticamente parada. Se ela não cai, também não demonstra nenhum tipo de crescimento", afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Esses dados foram publicados no jornal Estado de S. Paulo.

Segundo cálculo de Fábio Bentes, economista da Divisão Econômica da CNC e responsável pelo estudo, se a produção cresce, cada aumento de um ponto percentual gera abertura de aproximadamente 5,9 mil unidades produtivas no ano seguinte.

Nada foi por acaso

Depois da destruição das construtoras brasileiras com a Operação Lava Jato, veio agora o golpe de misericórdia: o mercado nacional de compras governamentais será aberto às empresas estrangeiras e o anúncio será feito por Paulo Guedes em Davos, na Suíça.

"O governo Jair Bolsonaro pretende aproveitar a presença de megainvestidores nesta semana em Davos para fazer um anúncio de abertura inédita aos estrangeiros interessados em participar de licitações e concorrências públicas no mercado brasileiro.  A ideia do ministro da Economia Paulo Guedes é divulgar nos Alpes suíços a adesão do Brasil ao Acordo de Compras Governamentais da Organização Mundial do Comércio (OMC). Com isso, ele deseja mandar um sinal claro à elite política e econômica global de que o país se compromete com a agenda de liberalização", informou a reportagem de Daniel Rittner no Valor Econômico.

O governo Dilma Rousseff, por exemplo, tinha como um dos pilares do Plano Brasil Maior a concessão de margem de preferência de até 25% a produtos nacionais em licitações nas áreas de defesa, medicamentos, maquinário e até têxteis, como uniformes fornecidos às Forças Armadas.

Grande parte das grandes empreiteiras nacionais estão em recuperação judicial (só a Odebrecht chegou a ter 130.000 funcionários, hoje não chega a 30.000), e pelo horizonte que está sendo desenhado, o Brasil passará a dar empregos em outros países.