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Professor Viaro
O professor conheceu um jovem de 16 anos, office-boy na capital gaúcha, que entrava todos os dias em uma loja de departamentos e roubava dois bombons
Edição: 304
Data da Publicação: 07/08/2020
O professor Viaro conheceu um jovem de
16 anos, office-boy na capital gaúcha, que entrava todos os dias em uma loja de
departamentos e roubava dois bombons antes das 9h. Ele saia pela mesma porta
que entrava e ia comer, trêmulo, no banco da praça no centro da cidade.
Era sua primeira - e por vezes única -
injeção de glicose no dia, pois dava o talão de vale-refeição para sua mãe
comprar comida para a janta e preparar seu sanduíche para o almoço.
Teve um dia que esse jovem foi pego
pelo segurança, levado para um quarto escuro e lá ele ouviu gritos e ofensas.
Foi dispensado e saiu correndo e chorando, ouvindo o segurança dizer: "esse
é mais um vagabundo que vai acabar com a boca cheia de formiga".
Aquele jovem nunca esqueceu tais
palavras, mas hoje sabe que a máxima "bandido bom é bandido morto" é
absolutamente falsa, o que lhe faltava era apenas oportunidade.
Pois bem, a oportunidade veio, mesmo que
de forma tardia, dando a ele não só a condição de fazer faculdade,
especializações e mestrado, mas como de poder fazer essa confissão de forma
pública:
- Eu roubava porque tinha fome!