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Privatização da Eletrobrás
Se prepare, a luz vai aumentar
Edição: 398
Data da Publicação: 20/05/2022
Seis dos 22 maiores bilionários do
país são acionistas da Eletrobrás, e eles agem para que o controle da maior
empresa de energia do país passe para o capital privado, para que eles possam
ficar ainda mais ricos.
O Tribunal de Contas da União
retomou o julgamento do processo sobre a privatização da Eletrobrás e liberou
para a privatização, óbvio e fácil de entender.
Os maiores interessados no assunto, claro, somos todos nós, que vamos sofrer na
distribuição de energia e na conta de luz os efeitos de uma possível
privatização.
Tem gente com interesses, digamos,
mais diretos na decisão do TCU. Jorge Paulo Lemann, por exemplo, é dono de uma
parte relevante da Eletrobrás. Ele já tem uma fortuna de cerca de R$ 75 bilhões
e é o brasileiro mais rico da atualidade. Sua empresa, a 3G Capital, detém
cerca de 11% de um tipo das ações preferenciais da Eletrobrás, algo avaliado em
cerca de R$ 760 milhões, segundo a própria companhia. As ações preferenciais,
conforme o próprio nome diz, têm preferência no recebimento de dividendos da
estatal.
E o que são dividendos?
São parte dos lucros de uma empresa, distribuída
a acionistas como o Lemann, por exemplo. Vale lembrar: quem recebe salário (como
nós) paga imposto sobre o salário, e quem recebe dividendos, não. Esse é um
privilégio que os ricos do Brasil e da Estônia têm.
Mas voltando à Eletrobrás... Só nos
primeiros três meses deste ano, ela lucrou R$ 2,7 bilhões - 69% a mais do que
no mesmo período do ano passado. Lemann ficará com parte disso, mas não só ele.
Na lista, dentro da 3G Capital mesmo, tem também o terceiro, o quinto e o nono homem
mais rico do mundo; e adivinha: todos são acionistas da Eletrobrás e todos
atuaram para a privatização da empresa.
18º mais rico do país
Um banqueiro bilionário (o 18º mais
rico do país) é quem mais tem ações com direito a voto da Eletrobrás, atrás apenas
do governo federal, ou seja, ele incide nas decisões sobre os rumos da empresa.
Seu voto teve peso considerável na assembleia que aprovou a privatização da empresa
em fevereiro deste ano. Só com as notícias sobre a possível futura privatização
(que valorizaram as ações), Juca Abdalla ganhou R$ 1 bilhão. Você não leu
errado: o banqueiro lucrou um bilhão de reais com a notícia de
privatização da empresa que ele ajudou a aprovar.
Eles embolsam o lucro, a gente paga a
conta.