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Debate: a desapropriação do prédio do Hospital Fundação
O Hospital Fundação não tem dono, nunca teve. Não pertence a uma ou duas pessoas, ele pertence à população.
Edição: 130
Data da Publicação: 24/03/2017
Mais uma vez o Jornal Regional
trás para o debate temas e problemas atuais e polêmicos. Por exemplo a
desapropriação do prédio do Hospital Fundação.
Depois de 60 anos de vida o
Hospital da Fundação assume sua identidade para a qual foi criado com a força,
a generosidade e a genialidade de Luiz Gonzaga: ser público, gratuito e de
qualidade. Luiz Gonzaga não imaginou que durante todos esses anos o Hospital
Santo Antônio da Estiva seria local de tantos desmandos e contas rejeitadas,
são 13 anos de contas rejeitadas pelo Ministério Público Estadual que cuida das
Fundações.
O Hospital Fundação não tem dono,
nunca teve. Não pertence a uma ou duas pessoas, ele pertence à população, que
cansou de jogar dinheiro nos lençóis do Rei do Baião pelas ruas da cidade.
A desapropriação é a cessão da
propriedade ao domínio público; é a ação através da qual a pessoa que, mediante
indenização, tem a posse de um bem é obrigada a oferecê-lo ao domínio público.
Essa é a definição clássica e trivial do ato de desapropriar.
Mas o Hospital Fundação é um caso
a parte, sui generis, é uma entidade
particular e filantrópica, cujos "donos" são aqueles que formam o Conselho. São
pessoas ilustres que de alguma forma fizeram alguma coisa pela Fundação não
necessariamente contribuição pecuniária, por isso estão lá. A Fundação não são
pessoas que se associaram, se cotizaram para construir o prédio e equipamentos.
A Fundação viveu todas essas
décadas a custas do dinheiro público municipal, estadual e federal, e só Deus é
capaz de saber como esses recursos foram geridos, porque nem o Ministério
Público Estadual é capaz de dizer, tendo em vista que ele rejeitou as contas de
13 anos de várias gestões.
O prefeito André Português mostrou
coragem, ousadia e determinação, coisa que ao longo da história do município,
nenhum outro prefeito teve. Muito pelo contrário, quase todos fizeram "cara de paisagem" e agiram como se o
Hospital Fundação não fosse problema do prefeito, mas ela é problema dos
prefeitos, tanto de Miguel Pereira quanto o de Paty do Alferes, aliás, solução como
essa já deveria ter sido tomada há muitos anos, evitando sofrimento de milhares
de pessoas.
Cada gestor, cada prefeito, cada
secretário deve assumir suas obrigações, e o Hospital Fundação é uma delas.
Demorou muito, mas chegou o dia. Que Deus ilumine os novos gestores, de Miguel
Pereira e Paty do Alferes.
Não será fácil, mesmo porque se
fosse fácil, qualquer prefeito que passou pela cidade já teria feito.