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A 12 dias do fim

Resumindo, o governo quer que o Banco do Brasil venda sua sede administrativa e alugue outro prédio de quem deverá ser o comprador de seu prédio. É isso aí.

Edição: 428
Data da Publicação: 16/12/2022

Imagine a seguinte situação: fim de governo, véspera de Natal, um importante patrimônio público de 43 andares sendo leiloado e a transação tem como consequência o beneficiamento de uma empresa que tem, entre os seus fundadores, um ministro. É exatamente isso o que está acontecendo no Rio de Janeiro.

 

O patrimônio é o prédio da rua Senador Dantas, conhecido como Sedan do Banco do Brasil. A data do leilão é 20 de dezembro e a empresa beneficiada, o BTG Pactual, fundado pelo ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes.

 

Para vender o Sedan, o Banco do Brasil iniciou a transferência dos empregados do BB que trabalhavam no edifício da Senador Dantas em agosto deste ano. Para isso, alugou o edifício Ventura, de propriedade do BTG.

 

O Sindicato dos Bancários Rio levou a suspeita de irregularidade ao deputado federal eleito Reimont (PT/RJ) e ao Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), João Fukunaga.

 

A diretora do Sindicato e Integrante da CEBB, Rita Mota, avalia que é preciso evitar que essa negociação, feita sem transparência e às pressas, se concretize a poucos dias da posse do novo governo. "Estamos solicitando a intervenção de parlamentares e do governo de transição para garantir que nenhuma operação como esta de grande porte seja feita de maneira açodada e em prejuízo de um banco público como o BB. E há o agravante de que esteja sendo realizada também para favorecer o BTG Pactual, um dos donos do Condomínio Ventura Corporate, onde passaram a funcionar as dependências do Sedan e também as da Asset Management do Banco do Brasil (antiga BBTVM)", explicou.

 

Resumindo, o governo quer que o Banco do Brasil venda sua sede administrativa e alugue outro prédio de quem deverá ser o comprador de seu prédio. É isso aí.

 

Fonte: Revista Veja