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O Mar Vermelho e os Houthis

Os rebeldes querem os EUA no Mar Vermelho, e eles estão indo

Edição: 484
Data da Publicação: 19/01/2024

Os Houthis são rebeldes do Iêmen e estão em uma guerra civil há muitos anos. Já tomaram a capital e controlam a maior parte do país. Eles enfrentaram uma coalizão da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes durante 8 anos, que, em nome dos Estados Unidos, tentaram tirar esses "rebeldes" do poder no Iêmen.

Acharam

Arábia Saudita e Emirados Árabes acharam que, em algumas semanas, iam resolver a parada, e, mais uma vez, os EUA perderam outra intervenção por procuração. Depois de 8 anos, a Arábia Saudita chegou à conclusão de que não tinha condição de vencer, e, com a ajuda da China, fechou um acordo com o Irã, fazendo um cessar-fogo no Iêmen, a coalizão não quer, de jeito nenhum, voltar a esse conflito e pediu que este não seja escalado. Omã também condenou os ataques do ocidente, tornando a situação no Oriente Médio ainda mais complicada.

Foi a primeira vez, porém, que o governo dos EUA promoveu um ataque direto a esse grupo do Iêmen, o que coloca o país em situação bastante complicada, porque, com esse ataque, eles mesmos já ampliaram o conflito. O Iêmen está bloqueando o Mar Vermelho e o golfo para impedir a passagem de embarcações que vão ou voltam de Israel, ou seja, é uma maneira de punir Israel pelo massacre que está fazendo com os Palestinos. Se estava ruim com os Houthis, agora está pior com os EUA. São dois mandando bombas na região.

Esse grupo do Iêmen declarou para o mundo inteiro que está tomando essas atitudes para apoiar o povo palestino contra a invasão de Israel em seu território, o genocídio, a proibição da entrada de água, alimentos e medicações. Isso, claramente, amplia uma guerra que, a princípio, Joe Biden não queria. O problema da passagem do Mar Vermelho, contudo, está criando uma situação econômica complicada, já que os navios têm que dar a volta na África inteira para chegar à Europa ou para ir para o Oriente. Ainda, segundo informações da mídia americana, a situação já está pressionando a inflação norte-americana em um ano eleitoral, e o presidente estadunidense Joe Biden, candidato à reeleição, não que ver a inflação subir, porém ele está mergulhando ainda mais nesse conflito no Oriente Médio. Cegueira já conhecida dos EUA de entrarem, e, ainda pior, não sabem como vai terminar, uma vez que, desde o Vietnã para cá, os EUA não ganharam nada.

Na terça-feira, dia 16/1, outro navio foi atingido, dessa vez uma embarcação grega que navegava do Vietnã para Israel, mas viajava com a bandeira de Malta e foi atingida pelos Houthis. Eles vêm reafirmando, desde novembro, quando eles começaram os ataques no Mar Vermelho, que a intenção era atingir apenas navios cargueiros que fossem de propriedade israelense ou que estivessem navegando com destino a Israel.

Eles já tinham atingido outro navio cargueiro americano que usava bandeira das Ilhas Marshall e tentaram atingir um destroyer americano. Hoje, os Houthis disseram que vão ampliar e atingir qualquer navio que tenha algum interesse americano, israelense ou britânico. A grande intenção dos Houthis é trazer os EUA diretamente para a zona de guerra no Mar Vermelho, ampliando as zonas de batalhas no Oriente Médio, onde já se tem a guerra em Gaza, o conflito na fronteira de Israel com o Líbano. E estão conseguindo.

Os EUA não desejam envolver diretamente seus militares nisso, mas eles têm poucas alternativas. Em um ano eleitoral, todavia, Joe Biden não pode mostrar fraqueza nas relações internacionais, não pode assistir aos ataques dos Houthis e não fazer nada. Por outro lado, os EUA sabem como é lutar com guerrilheiros de sandalhas, mas com ideologia na cabeça. Foi no Vietnã e, recentemente, no Afeganistão. Em ambos os casos, os americanos ganharam todas as batalhas e perderam a guerra.

Para concluir, segundo o comandante Farinazzo, os EUA não estão conseguindo repor o alistamento nas forças armadas, 50% das vagas estão em aberto. Está claro que os americanos não querem se alistar para fazer guerras que não são suas, e morrer por países que nem conhecem.

 

Fonte Heloisa Vilela, Pedro News e comandante Farinazzo