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De salvador da pátria a grotesco, ridículo, estapafúrdio

Segundo o jornalista Bob Fernandes, a britânica The Economist é a mais importante revista semanal de economia do mundo; leitura obrigatória de chefes de Estado, líderes empresariais, universidades, mercados e investidores.

Edição: 246
Data da Publicação: 14/06/2019

Segundo o jornalista Bob Fernandes, a britânica The Economist é a mais importante revista semanal de economia do mundo; leitura obrigatória de chefes de Estado, líderes empresariais, universidades, mercados e investidores. A última edição informa em uma manchete: "lutando contra bandidos com bandidos. Jair Bolsonaro não vai derrotar o crime no Brasil tolerando milícias". O texto informa que não há incentivo algum para o trabalho sério de investigação policial.

A revista diz serem ridículos e sem noção os argumentos do presidente para combater violência e crime, e que Bolsonaro sorriu para as milícias, citando ligações da família com milicianos. A revista The Economist encerra o assunto dizendo: "Infelizmente, há poucos sinais que o senhor Bolsonaro e seus aliados e amigos do gatilho tenham paciência para uma tarefa dessas".

Espanha

El País é o principal jornal da Espanha e Arias é um jornalista que foi correspondente do jornal no Brasil por anos. Arias escreveu dois artigos, e o título do 1º é "Educação no Brasil vive clima de ditadura", referindo-se ao delírio ditatorial do ministro da Educação Abraham Weintraub. O ministro delirou ao tentar proibir que alunos, pais, professores e servidores divulgassem ou estimulassem protestos no horário escolar. Em outra cena patética, o ministro entrou no gabinete com um guarda-chuva aberto dizendo que estava chovendo fake news no Ministério da Educação, fazendo uma alusão ao filme de Gene Kelly, no clássico "Cantando na chuva" - grotesco, ridículo, estapafúrdio. 2º artigo de Juan Arias no jornal El País: "Começa a soar os alarmes sobre a sustentabilidade da Presidência de Bolsonaro".

Tom Phillips é correspondente na América Latina do jornal Guardian, respeitado jornal britânico. Tom disse em seu Twitter: "Especialistas comentam sobre a obsessão fálica de Bolsonaro, coisas como 'de japonês é pequenininho'; 'golden shower (lavem seus pênis)'; 'homofobia é queimar a rosca todo dia' etc".

E em entrevista para a revista Veja, Bolsonaro revelou: "Tenho uma missão de Deus. Vejo dessa maneira".

Ao mesmo tempo, Bolsonaro manda recado para o emparedado ex-todo poderoso Sérgio Moro quando diz que está na hora do Supremo Tribunal Federal ter um ministro evangélico. Em um silêncio sepulcral, Moro, ministro da Justiça e comandante da Polícia Federal, continua em um silêncio profundo sobre Queiroz e Flávio Bolsonaro. Queiroz é o ele entre Flávio e os milicianos, e mesmo assim ninguém descobre onde está o evaporado Queiroz. Isso tudo em meio às manchetes que vão brotando a respeito dos funcionários do vereador Carlos Bolsonaro, que não têm registro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (jornal Estadão).

No O Globo: "Flávio Bolsonaro empregou assessores que recebiam salário, mas não tinham crachá e ficavam longe da Alerj". Que assessores? 4 de 9 parentes de Cristina Vale, ex-mulher de Bolsonaro.

Flávio Bolsonaro tenta, na justiça, frear as investigações contra si. O pai, presidente da República, recebe no Palácio o Corregedor da Justiça, o ministro do STJ Humberto Martins. E o pai enfia o filho (Flávio) investigado pela justiça na reunião com o ministro Humberto Martins, que é evangélico (adventista). E a partir desse encontro, foi lembrado que Humberto Martins pode ser um nome "evangélico" para o Supremo Tribunal Federal.

Outro nome lembrado para o Supremo é o do advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, evangélico e pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Mendonça está pedindo ao Supremo Tribunal Federal autorização para operações policiais dentro das universidades. O advogado-geral quer que a polícia impeça militância e viés ideológico de professores.

Parodiando o genial locutor de rádio Haroldo Fernandes: "grotesco, ridículo, estapafúrdio". Isso para não dizer coisas piores!