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Fernando Siqueira revela dimensão do estrago na Petrobrás desde 2016

Somente na gestão de Pedro Parente, perdas da Petrobrás chegaram a R$ 100 bilhões

Edição: 433
Data da Publicação: 20/01/2023

"Estrago monumental". Assim definiu o diretor Administrativo da AEPET, Fernando Siqueira, o impacto das gestões neoliberais na Petrobrás a partir de 2016. Em entrevista à rádio RBA Litoral, Siqueira lembrou que a volta de Pedro Parente à empresa como presidente, já que presidira o Conselho de Administração no mandato entreguista de Fernando Henrique Cardoso, se deu após visita de Michel Temer aos Estados Unidos, logo após o golpe que destituiu Dilma Rousseff.

O diretor da Aepet estima que o prejuízo causado ao país e à Petrobrás, somente na gestão de Parente com vendas de ativos abaixo do preço, chegam a R$ 100 bilhões, e que, junto com a gestão de Castelo Branco, esse prejuízo sobre para 200 milhões de reais.

 

PPI - Política de Paridade de Preços de Importação

 

Quanto à política de paridade de preços de importação (PPI), Siqueira demonstrou que o lucro da Petrobrás, de até 300%, gerado pela PPI é entregue a acionistas através de absurdos dividendos, em detrimento da renda extraída do povo brasileiro, e deixando de investir na empresa, não só em novas refinarias que o país e a empresa necessitam, como também, na pesquisa de novas áreas para extração de petróleo, como as áreas mais profundas do que o pré-sal.

 

Investimentos da Petrobrás

 

A Petrobrás vinha investindo cerca de 50 bilhões de dólares por ano, hoje, não passa de 8 bilhões, e essa política será revista pelo presidente Lula. Pelo bem do Brasil, a Petrobrás precisa ser um fator não só de desenvolvimento científico e tecnológico, mas também um importante instrumento de apoio ao país, fornecendo energia compatível com as reservas brasileiras de petróleo. O preço dos combustíveis influencia toda a cadeia produtiva do Brasil. Nunca, na história desse país, o óleo diesel foi mais caro que a gasolina, o que acaba impactando toda a economia, mas isso vai mudar.

 

Fernando Henrique Cardoso

 

Na gestão de Fernando Henrique, o governo detinha 84% do capital social da Petrobrás. FHC vendeu as ações na Bolsa de Valores de Nova York por um preço absurdamente baixo. Para se ter uma ideia, a direção da Aepet calcula que o valor das ações era de 100 bilhões de reais e foram vendidas por apenas 8 bilhões de reais, ficando o governo com 38%.

 

Lula e Bolsonaro

 

Veio o governo Lula com a lei que instituiu o sistema de partilha e conseguiu elevar a participação do governo no capital social da Petrobrás de 38% para 48%; não é o ideal, mas já melhorou muito. Veio o governo Bolsonaro e ele mandou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal venderem suas ações, e, assim, a participação do governo caiu novamente de 48% para apenas 36% (a menor da história). Então, quando a Petrobrás distribui lucro exorbitante às custas do povo brasileiro, ela está transferindo patrimônio para 63% de acionistas privados e, desses, 44% na bolsa de Nova York. É um crime de lesa pátria, porque a Petrobrás poderia estar fazendo com que o Brasil atingisse sua vocação de país mais rico e mais viável do planeta, no entanto, com esses desmandos governamentais e administrativos da Petrobrás, o Brasil está na condição de colônia com uma população de 33 milhões de brasileiros passando fome e outros 110 milhões com insegurança alimentar extremamente alta.

 

Fonte Aepet