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O Brasil jogou 5 milhões de crianças na miséria

O Brasil é o país mais injusto do mundo, o mais desigual. Nem nos Emirados dos xeiques do petróleo a distância entre o rico e o pobre é tão grande, tão imoral.

Edição: 222
Data da Publicação: 28/12/2018

Segundo o IBGE, o Brasil jogou 5 milhões de crianças com menos de 14 anos na miséria. Foi um aumento de 10% só em 2017; são crianças de famílias que se sustentam com uma renda mensal de 140 reais.

Aumentou a pobreza extrema no Brasil: agora são 55 milhões de cidadãos brasileiros que vivem com uma renda inferior a 400 reais por mês. Os cidadãos brasileiros mais miseráveis são as mulheres negras com filhos até 14 anos, segundo o IBGE.

Segundo o professor Thomas Piketty, autor do clássico "O Capital no Século 21", os brasileiros super ricos, o 1% mais rico, como Paulo Leman e os filhos do Roberto Marinho, detém 28% de toda renda de todos os brasileiros. 1% tem 28% de tudo.

O Brasil é o país mais injusto do mundo, o mais desigual. Nem nos Emirados dos xeiques do petróleo a distância entre o rico e o pobre é tão grande, tão imoral.

A tendência é que a pobreza aumente no próximo governo. A privatização dos bancos públicos prejudicará ainda mais os pobres e ampliará a desigualdade que já é uma das maiores do mundo.

Essa foi uma das conclusões do seminário "Bancos Públicos sob ataque: desafios, riscos e perspectivas". O interior e as regiões mais distantes ficarão de fora, alerta Jair Ferreira, presidente da Fenae.

Mas para um país que prende e condena o campeão de votos, vender o patrimônio público sob a alegação de que "é para acabar com a corrupção"; mudar a lei do pré-sal, que financiaria uma revolução na educação e na saúde pública, para vender aos gringos; retirar o petróleo a 7 dólares para vender a 80 dólares... é um simples detalhe, uma merreca.

Ceticamente, vamos torcer para que as previsões não se concretizem. Mas, com um governo que chega ao poder porque seu adversário foi preso e condenado sem provas, não dá para ter muita esperança.