Voltar

O horror que ameaça a humanidade

Um conflito de proporções assustadoras

Edição: 471
Data da Publicação: 20/10/2023

O que começou no dia 7 já atingiu proporções assustadoras. O conflito entre a Palestina e Israel, que teve início com o ataque do Hamas da Faixa de Gaza, completou 13 dias acumulando mortos, feridos, falta de suprimentos e até de água, já que não houve avanço na criação de um corredor humanitário que permita a chegada de apoio.

De acordo com dados recentes de fontes oficiais, já são mais de 3.500 palestinos mortos, número que aumentou vertiginosamente no dia 17/10, com o ataque ao maior hospital de Gaza. Dentre os israelenses, já são mais de 1.400 óbitos. Os feridos, de ambos os lados, ultrapassam os 15 mil.

O que se observa na região, hoje, é uma crise humanitária. Ainda não há uma resolução, por parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em relação a um cessar-fogo, mesmo com investidas da Rússia e até do Brasil. Haverá uma nova reunião do conselho para votar nova proposta, mas não sabemos o que esperar. A Rússia e os Emirados Árabes Unidos também chamaram nova reunião de emergência após os ataques ao hospital.

 

Alimentos, eletricidade ou água

 

Não há alimentos, eletricidade ou água, e os hospitais enfrentam condições difíceis para seguirem atendendo os feridos, além de também serem atingidos pelos bombardeios, como noticiado. Há protestos, raiva e muita dor por todo o Oriente Médio.

 

Sem permissão para receber água

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que Gaza enfrenta uma iminente crise de saúde pública por falta de água. Segundo a agência da ONU, 3.500 pacientes em 35 hospitais de Gaza estão em risco imediato devido à escassez do suprimento. O chefe da agência da ONU, Phillippe Lazzarini, afirmou que Gaza está "sendo estrangulada" e acrescentou que "nem uma gota de água" tem sido permitida na Faixa de Gaza há mais de uma semana. "Gaza está sendo estrangulada e parece que o mundo perdeu sua humanidade. Se olharmos para a questão da água - todos sabemos que água é vida - Gaza está ficando sem água, e Gaza está ficando sem vida". Na quarta-feira, dia 18/10, Israel permitiu a entrada de apenas 20 caminhões com ajuda humanitária pela fronteira com o Egito levando "alimentos, água e remédios para a população civil". Nenhuma menção foi feita ao combustível, que é necessário para a única usina elétrica de Gaza ? que está parada há dias ?, que atende os geradores de hospitais e as bombas de extração de água.

Nesta quinta-feira, as Nações Unidas alertaram para uma crise humanitária em Gaza, afirmando que seriam necessários cerca de 100 caminhões por dia para levar suprimentos à população afetada, esse era o número de caminhões antes do conflito.

 

Expansão do conflito

 

O cenário, que já é bastante negativo, pode piorar com a possibilidade da expansão do conflito por novas regiões do Oriente Médio. O governo do Irã fez um alerta do envolvimento do grupo libanês Hezbollah no ataque contra as forças armadas israelenses, o que poderia iniciar um segundo momento da guerra. 

Quem acompanha as notícias da guerra no dia a dia não necessariamente está por dentro do contexto da região envolvida, e isso é natural. Mas há muita relevância na busca da informação, na escuta de diversos lados e na compreensão do macro.

Em um depoimento ao site Brasil de Fato, o brasileiro Igor Galvão, militante do Movimento Brasil Popular, contou um pouco da vida na Palestina e explicou que, para quem mora lá, a vida não é simples. Há prisões, restrições, interrogações e até mortes, e isso é parte da rotina. Agora, essa situação se amplifica e é escancarada para todo o mundo, entrando nas nossas casas e fazendo parte do nosso dia a dia. Do lado de cá, cabe buscar se informar, entender o conflito e seu histórico e evitar se posicionar de forma enviesada, sem dados para embasar a opinião.

 

Como Brasil de Fato, seguimos no compromisso de trazer o outro lado do conflito.