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Pagando a conta, os dias ruins serão longos
Quando se achata esses valores, toda a economia municipal sofre, e pelo jeito que a carruagem está seguindo, os dias ruins serão longos.
Edição: 284
Data da Publicação: 06/03/2020
O Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,1% em 2019. Esse número foi divulgado nesta
quarta-feira (04/03) pelo IBGE. Esse número era o que estava previsto, pelos
economistas, após resultados decepcionantes na atividade econômica de novembro e
dezembro de 2019.
O resultado equivale
ao terceiro ano seguido de fraco crescimento e deve afetar as projeções da
economia para 2020. Esse é um resultado frustrante diante
das expectativas que o mercado tinha com o novo governo, que adotou um programa a favor
de ajustes e privatizações.
Em 2019 o governo havia estimado um
crescimento de 2,4% para 2020. O mercado apostava em 2,2%. O próprio FMI previa 2,4%, mas com o número baixo
de 1,1% em 2019, essas estimativas serão revisadas para 2020. O PIB é a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Os governos Temer e Bolsonaro cravaram
na necessidade das "reformas" o motivo para um crescimento pungente da
economia brasileira. Desde o governo Temer temos dito que essas "reformas", que
tiraram direitos dos trabalhadores (duramente conquistados durante décadas), a
reforma trabalhista e a reforma da Previdência, que dificultou o pobre de se aposentar, não seriam motivos de crescimento da economia brasileira.
Dito e feito! Hoje circula menos
dinheiro na economia, concentrou-se renda e os municípios, como os nossos,
Miguel Pereira, Paty, Vassouras, Paulo de Frontin, Mendes etc., são os que mais
estão sentindo os efeitos dessas "reformas" que não vão gerar novos
empregos; e pior, estão tirando dinheiro da economia municipal. Os próximos
anos serão piores - é o que temos afirmado, é o que está acontecendo e é o que
acontecerá - infelizmente.
Não precisa ser economista para saber
que o que faz gerar emprego e renda é a economia crescer e isso em nada tem a
ver com o corte de direitos trabalhistas, dificuldade em se aposentar e corte
do aumento real no reajuste do salário mínimo.
Cidades como as nossas, que
correspondem a 75% dos municípios brasileiros, têm em seu componente econômico
os aposentados e o salário mínimo. A busca por empregos é alucinante e
desesperadora, uma luta fratricida. As "reformas" não se transformaram e
não vão se transformar em novos empregos. O que faz gerar emprego é a economia
crescer e não ao contrário.
Quando se achata esses valores, toda a
economia municipal sofre, e pelo jeito que a carruagem está seguindo, os dias
ruins serão longos.