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Refinaria de Mataripe completa um ano de privatização com a gasolina 6,2% mais cara que a da Petrobrás

A privatização que fez ao Brasil e que só beneficiou alguns

Edição: 430
Data da Publicação: 30/12/2022

Fez um ano neste mês de dezembro que a Refinaria Landulpho Alves, a Rlam, foi privatizada. E esse tempo foi mais que suficiente pra confirmar aquilo que a gente já vem alertando: a privatização não é a solução para o alto custo dos combustíveis. Ao contrário, esse processo facilita a criação de monopólios privados regionais, que resultam no aumento dos preços e no custo de vida, impactando a inflação e o bolso da população, da indústria e do comércio brasileiro.

Um estudo apresentado pelo Observatório Social do Petróleo deixa evidente esse cenário. O levantamento mostra que, em 12 meses sob gestão privada, a refinaria baiana vendeu gasolina a um preço, em média, 6,2% mais caro do que o cobrado pela Petrobrás. Em relação ao diesel S-10, o valor ficou 2,6% acima da média da estatal.

Os dados indicam ainda que a Acelen, gestora da Refinaria de Mataripe, manteve os preços herdados da Petrobrás somente no primeiro mês de administração, aumentando, a partir de então, para valores acima do PPI (Preço de Paridade de Importação), política de cálculo dos combustíveis definida pelo governo para a Petrobrás.

O levantamento também indica que a Refinaria de Manaus, Reman, que teve sua venda finalizada em 30 de novembro, deve seguir o mesmo caminho da refinaria da Bahia. No dia seguinte, à conclusão do negócio com a Petrobrás, o preço do gás de cozinha produzido pela unidade manauara foi reajustado em 93 centavos por quilo. A Reman é a única produtora de gasolina no Norte do país, responsável pelo atendimento dos estados do Pará, Amapá, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.

Os fatos comprovam, a cada dia, que privatizar faz mal ao Brasil e defender a Petrobrás é defender o Brasil e a soberania do país.

 

Ainda sobre a Petrobrás

 

Segundo o economista Uallace Moreira, na calada da noite Paulo Guedes e Bolsonaro venderam a participação da Petrobrás do campo de produção para a empresa 3R Petroleum. A 3R cresceu muito comprando campos da Petrobrás na gestão do então presidente da Petrobrás, Roberto Castelo Branco, e quando ele saiu da empresa e foi para a iniciativa privada, para onde ele foi? Pois é, para a 3R Petroleum. Você viu o mercado nervoso com isso? Nem eu.

E só para concluir, a Petrobrás lidera a maior distribuição de dividendos no Brasil em 2022. Ela distribuiu 214 milhões de reais em dividendos, dos quais 44% para acionistas estrangeiros e 26% para acionistas brasileiros. É a segunda maior pagadora de dividendos no mundo.

 

 

Fonte Aepet