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Paulo Guedes e Eça de Queirós

Os chilenos estão experimentando o que é chegar ao fim da vida sem aposentadoria

Edição: 266
Data da Publicação: 01/11/2019

Nem os grandes autores do realismo fantástico imaginariam tal estado de subversão e submissão a que se chegou no Brasil. É inacreditável. Com aporte cada vez menor de verbas públicas, a aproximação das grandes corporações será a saída para manter as pesquisas em progresso. Obviamente a saúde pública ficará em segundo plano. Nos tornaremos os EUA: sem sistema de saúde pública, com gente sem esperança de tratamento ou com dívidas milionárias com a saúde. A diferença é que o brasileiro já está acostumado com o SUS, que é o maior sistema de saúde do mundo, principalmente para países com mais de 100 milhões de habitantes.

Os chilenos estão experimentando o que é chegar ao fim da vida sem aposentadoria. 40 anos após a implantação do sistema, que Paulo Guedes participou a criar no Chile, os chilenos estão vendo zerar suas contas de aposentados. No sistema de aposentadoria privado chileno, 50% dos aposentados recebem menos que 700 reais por mês. O sistema de saúde é caro e ineficiente. O sistema de água potável é totalmente privatizado, assim, os chilenos têm que pagar o preço que as corporações fixam. E por fim, o sistema de ensino é privatizado e tem um dos maiores custos do mundo.

Por enquanto, são protestos gigantescos, onde o Estado assassinou 42, feriou 300 e prendeu mais de 5 mil pessoas. Os chilenos foram para as ruas, fechou o Congresso e rodovias. Isso está mostrando o que é o sistema que Paulo Guedes está implantando no Brasil e como quer deixar o país. Paulo Guedes ainda quer congelar o salário mínimo, voltar com a CPMF e vender o patrimônio público brasileiro a preço de banana.

É como disse João Carlos de Souza: Paulo Guedes é o Pacheco de Eça de Queirós; Pacheco, o homem que era chamado de gênio sem nunca ter feito nada.