Presidente do Supremo chama política de drogas no país de "desastrosa"; "prender menino pobre de periferia não serve para nada"
Não há pena de prisão. A punição passa por advertência, prestação de serviços comunitários e comparecimento a cursos educativos.
17/11/2023
Debate Jurídico
Edição 475
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O
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que
o julgamento na Corte que pode liberar o porte de maconha para uso
pessoal é necessário para se "enfrentar a política de drogas desastrosa"
no país. A Corte discute a validade de um artigo da Lei de Drogas que
estabelece punição para a pessoa que "adquirir, guardar, tiver em depósito,
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização".
Não há
pena de prisão. A punição passa por advertência, prestação de serviços
comunitários e comparecimento a cursos educativos. Quem não cumpre essas
medidas pode, inclusive, ser multado. Não há distinção entre as drogas hoje
proibidas.
Na
discussão, o placar no STF é de 5 votos a 1 pela liberação da posse e porte de
maconha para consumo pessoal. Um pedido de vista (mais tempo para análise do
caso) foi apresentado pelo ministro André Mendonça no fim de agosto, o que
interrompeu o julgamento.
Barroso
afirmou ainda que o julgamento serve para "enfrentar a política de drogas
desastrosa que se pratica no Brasil".
"Que é
prender menino pobre de periferia, gerando hiperencarceramento, engrossando as
fileiras do crime organizado, destruindo vidas e não abalando o tráfico.
Política de drogas tem que ser monitorar grandes carregamentos, seguir o
dinheiro e policiar a fronteira. Prender menino pobre de periferia não serve
para nada", completou.
Após o
avanço do julgamento no STF, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco,
apresentou uma PEC para proibir o porte de qualquer tipo de droga ilícita no
Brasil.
Com informações do g1