Cuba, Vassouras e Maricá juntos pela Medicina de qualidade
Alunos cubanos virão para a Universidade de Vassouras, e estudantes de Vassouras irão para Cuba ? essa será a troca de experiências acadêmicas, científicas e culturais
16/05/2025
Saúde
Edição 521
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Em Cuba, Universidade de
Vassouras e Faculdade de Ciências Médicas de Maricá assinam protocolo de
cooperação com a Escola Latino-Americana de Medicina e Universidade de Ciências
Médicas de Havana
Em Cuba, foi assinado um
Memorando de Entendimento ? acordo de cooperação entre a Universidade de
Vassouras, a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) e a Universidade de
Ciências Médicas de Havana (UCMH) ? com o objetivo de promover a colaboração
acadêmica, científica e cultural, com foco nas áreas de ensino, pesquisa e
extensão em saúde e ciências médicas. A assinatura ocorreu durante o 1º
Congresso Internacional de Egressos da ELAM, como parte das comemorações do XXV
Aniversário da instituição.
Representando a Universidade de
Vassouras, a Faculdade de Ciências Médicas de Maricá e a Fundação Educacional
Severino Sombra (FUSVE), mantenedora de ambas as instituições, o reitor Marco
Antônio Soares de Souza esteve presente para a assinatura dos acordos. Pela
parte cubana, participaram a reitora da Escola Latino-Americana de Medicina
(ELAM), Dra. Yoandra Muro Valle, e a reitora da Universidade de Ciências
Médicas de Havana (UCMH), Dra. C. Mairim Lago Queija.
A ELAM pretende, nos próximos
anos, implantar um centro de monitoramento internacional para acompanhar a
atuação dos médicos formados em Cuba. Para a escola, esse será um instrumento
fundamental de verificação do impacto de sua formação, considerando que
milhares de médicos cubanos atuam em países da África, Ásia e América Latina.
Atualmente, não há um sistema eficiente que permita esse acompanhamento. Como
contrapartida, a Universidade Vassouras e a Faculdade de Ciências Médicas de
Maricá vão apoiar esse projeto e colaborar com a escola cubana.
Em breve, uma equipe coordenada
pelo professor Cortes irá a Cuba para verificar, in loco, questões
operacionais como: seguro, apoio e suporte aos estudantes, infraestrutura de
alojamento para os alunos brasileiros, e aspectos técnicos do funcionamento das
Policlínicas cubanas ? equivalentes às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no
Brasil ? onde os estudantes de Vassouras e Maricá farão seus estágios. Existe
ao menos uma Policlínica por bairro na ilha, e essa vivência proporcionará
contato direto com a prática da medicina preventiva cubana, reconhecida
mundialmente nas últimas seis décadas.
Concomitantemente, começam a ser
firmados os protocolos para estruturar a mobilidade acadêmica. Será necessário
alinhar os conteúdos curriculares oferecidos pela escola cubana com as
exigências da formação médica brasileira, para garantir a compatibilidade e o
aproveitamento acadêmico.
Período do intercâmbio em Cuba
O período de intercâmbio ? com
foco em ensino, pesquisa e extensão em saúde e ciências médicas ? ainda está em
definição, podendo variar entre seis meses e um ano, sendo mais provável a
primeira opção. A previsão é de que as primeiras mobilidades ocorram já em
2026, com estudantes cubanos em Vassouras e estudantes brasileiros em Cuba.
O reitor
Para o reitor, Prof. Marco
Antônio Soares de Souza, "esse intercâmbio será uma experiência
transformadora tanto para os estudantes de Vassouras e Maricá quanto para os
cubanos. Se, por um lado, Cuba enfrenta limitações no acesso a medicamentos e
equipamentos por conta do embargo econômico, por outro, desenvolve uma medicina
centrada no contato humano, com 60 anos de êxitos. Não há como não aprender com
essa experiência. Na medicina preventiva, eles são referência mundial. A
precisão no diagnóstico, por meio do toque e da escuta ativa durante a
consulta, é admirada e reconhecida internacionalmente. Acredito que seremos a
primeira universidade brasileira com um acordo estruturado de mobilidade com
Cuba, possibilitando o pleno aproveitamento acadêmico das atividades realizadas
lá. Será um intercâmbio riquíssimo para os estudantes de ambos os países. Cuba
é uma potência na medicina. Acredito muito nisso", concluiu o reitor.