A Areia, O Vento, O Cais e A Pétala

Quando o vento traz...

 04/10/2024     Marcelo Mourão      Edição 512
Compartilhe:       

As estrelas foram testemunhas do encontro do olhar à beira do cais, à beira do mar.

As ondas falavam baixinho enquanto o vento tentava escutar o segredo que vinha do olhar.

A areia cobriu a emoção num frenético ritmo que distribuía, entre um segundo e outro, um suspiro de calma, paz e tranquilidade.

A liberdade foi o tom da conversa. O flerte foi o tom da alma.

O olhar foi, novamente, o raio laser fatal.

Cada gesto, cada encontro, cada olhar promovia uma união de emoções que falavam, apesar do silêncio.

Se, por um momento, o cais era testemunha dos barcos que iam e vinham, os rostos eram escudos do vento e do sol, e a emoção foi maior em todos os sentidos, marcando encontro na próxima estação.

Uma estação que, por si, fala sempre pela paixão.

O inverno despede-se e acena para a primavera, e a primavera acena para as cores das flores. As flores acenam para todos os lados e, no ar, você pega uma pétala que é só sua, uma pétala especial, com cor, forma e aroma diferentes.

Uma pétala de areia molhada de mar com aroma de emoção que o vento leva e traz sempre, porque, na vida, tudo volta e é o vento que traz.