Lula critica "lenga-lenga" do Ibama e pressiona por liberação para exploração de petróleo na Margem Equatorial
"É com aquela riqueza que a gente vai ter dinheiro para construir a famosa e sonhada transição energética", diz o presidente
14/02/2025
Economia
Edição 517
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O presidente
Lula (PT) criticou a demora na liberação de licenças ambientais para a Petrobrás
realizar estudos sobre a presença de petróleo na Margem Equatorial. Em
entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá, nesta quarta-feira (12), Lula reclamou
da burocracia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e cobrou uma definição rápida do governo sobre o tema.
"Não é que
eu vou mandar explorar. Eu quero que ele seja explorado. Agora, antes de
explorar, nós temos que pesquisar, temos que ver se tem petróleo, temos que ver
a quantidade de petróleo, porque muitas vezes você cava um buraco de 2 mil
metros de profundidade e não encontra o que imaginava que ia encontrar. Então,
talvez na semana que vem ou nesta semana ainda, vai ter uma reunião com a Casa
Civil e com o Ibama e nós precisamos autorizar que a Petrobrás faça pesquisa. É
isto que nós queremos. Se depois a gente vai explorar é outra discussão. O que
não dá é a gente ficar nesse 'lenga-lenga', o Ibama ser um órgão do governo
parecendo ser um órgão contra o governo", afirmou o presidente.
Lula destacou
que a Petrobrás tem a expertise necessária para garantir a segurança ambiental
da perfuração. "A Petrobrás é a empresa mais responsável, tem a maior
experiência de exploração de petróleo em águas profundas. Nós vamos cumprir
todos os ritos necessários para que a gente não cause nenhum estrago na
natureza, mas a gente não pode saber que tem uma riqueza embaixo de nós e a
gente não vai explorar, até porque é com aquela riqueza que a gente vai ter
dinheiro para construir a famosa e sonhada transição energética",
completou.
A discussão
sobre a liberação das pesquisas na Margem Equatorial se arrasta desde 2023,
quando o Ibama negou a primeira tentativa da Petrobrás de perfurar um poço na
Margem Equatorial, sob a justificativa de riscos ambientais e impactos em
biomas sensíveis. Para o governo, no entanto, a exploração ? que significa
apenas buscar indícios da presença de petróleo ou gás, sem iniciar sua retirada
? é fundamental para que o Brasil avalie o potencial econômico da região.
A perfuração
do poço previsto na Margem Equatorial tem como objetivo retirar amostras do
subsolo e indicar se há petróleo em quantidade viável. Caso a pesquisa indique
um volume significativo, ainda haverá novos estudos e uma análise sobre a
viabilidade econômica e ambiental da extração.
A reunião
entre a Casa Civil, o Ibama e a Petrobrás deverá ocorrer nos próximos dias, e o
governo pressiona para que haja uma decisão sobre a continuidade dos estudos. A
declaração de Lula reforça a intenção do governo de destravar o processo e
garantir que a estatal possa iniciar as perfurações exploratórias na região.