Maio foi um tributo à masturbação

Apesar de a masturbação ser uma prática natural e universal, ela foi duramente combatida entre os séculos 18 e 19

 10/06/2022     Sexóloga Clarissa Huguet      Edição 401
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Terminado o mês de maio, gostaria de fazer um tributo à masturbação. Maio foi proclamado o mês da masturbação em 1995, nos EUA, em homenagem à médica Joycelyn Elders, a primeira secretária de Saúde negra dos EUA. Joycelyn foi demitida em dezembro de 1994 pelo então presidente Bill Clinton depois de defender a inclusão da masturbação na educação sexual escolar. Maravilhosa ela, não? Imagina se nossos filhos aprendessem sobre seus corpos e sobre prazer em um ambiente educacional? Imagina se o foco saísse das infecções sexualmente transmissíveis e gravidez precoce e se aprendesse também sobre a positividade de um corpo prazeroso? Sonhar não custa nada?

Mas, voltando à hipocrisia de Clinton, para rebater o conservadorismo do então presidente norte-americano, a sexóloga Carol Queen organizou o evento Masturbate-A-Thon, onde foi instituída oficialmente a data.

Apesar de a masturbação ser uma prática natural e universal, ela foi duramente combatida entre os séculos 18 e 19, inclusive com a criação de dispositivos antimasturbatórios como anéis penianos com garrinhas pontudas, para evitar uma ereção contínua nos adolescentes. Em um tratado datado do século XVIII, "L'Onanisme", a masturbação foi descrita como uma prática que provocava uma série de sintomas como convulsões, cegueira, atrofias desenvolvimentais - vícios, e tantas outras enfermidades. Que loucura, não? 

Por fim, evoluímos e, graças a uma série de estudos carreados desde os anos 70, atualmente, até pesquisas médicas indicam o uso regular de vibradores com consequentes orgasmos, visando a diversos benefícios na saúde geral e sexual das mulheres.

Assim, um VIVA para a masturbação! Aproveitem o fim-de-semana para se tocar muito, sozinhas ou acompanhadas, com os dedos ou com brinquedos eróticos. O importante é lembrar de olhar para si e para o seu prazer.

Imagem crédito dromsjel

Clarissa Huguet é bacharel em Direito, mestre em Direito Internacional pela Universidade Utrecht, pós-graduada em Educação Sexual pela Unisal e idealizadora do perfil no Instagram @sexualize_se - Contato (21) 99701-7225