Previous Next

Seria a quebra de confiança caracterizada pelo rompimento de acordos previamente estabelecidos pelo casal? Quando duas pessoas se unem em um relacionamento, está subentendido, de forma implícita, a monogamia com acordo de exclusividade como a norma oficial. Então, se essa é a norma socialmente aceita e desejada, por que tantos casais quebram este acordo?

A vida de cada um é composta por fases e ciclos; assim, faz todo sentido pensar que as necessidades das pessoas mudem com o passar do tempo. Porém, raros são os casais que conversam de forma honesta quando novas necessidades surgem, se estas forem ligadas a essa tal monogamia? E é nesta hora que homens e mulheres sucumbem ao previamente acordado e começam a ter casos fora do casamento (vou me referir a casamento, porém entendam também como união estável formal ou informal).

Certo é que a quebra de confiança e a mentira doem e podem ser bastante traumáticas. Entretanto, peço licença para usar frase da maravilhosa Esther Perel para sacudir este feed: "outros (casos) podem inspirar mudanças que eram tremendamente necessárias. A traição corta fundo, mas a ferida pode ser curada. Casos podem até se tornar produtivos para o casal."

Quantos de vocês já foram afetados pela infidelidade? E o que detonou a própria infidelidade?

Nos atendimentos, são estas as narrativas que mais ouço: solidão, apatia ou inadequações de ordem sexual, desleixo conjugal, bebida fora do aceitável, egoísmo, violência(s) como sendo a essência da infidelidade cotidiana. Mas também aparecem razões mais "triviais" como tédio, busca de erotismo, desejo de novidade e necessidade de se sentir desejada novamente.

Até pouco tempo atrás, a fidelidade e a monogamia eram impostas somente às mulheres e nada tinham a ver com o amor, visavam somente a garantia de patrimônio e linhagem. Hoje, os casais desejam que o amor permaneça forte durante todo o tempo da relação, a intimidade crescente e o sexo cada vez melhor; isso tudo com a mesma pessoa.

Acontece que o erotismo é inimigo da estabilidade e da segurança. O desejo bate de frente com aquele roteiro já conhecido e decorado. Concordam?