O sucesso do reflorestamento da Fazenda APEPI em Paty do Alferes
Desde o início das atividades já foram plantadas mais de 2.300 árvores nativas
14/03/2025
Cannabis medicinal é vida
Edição 518
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Há pouco mais de quatro anos, a APEPI obteve
a primeira autorização para cultivar maconha para fins medicinais no Brasil.
Desde então, para levar saúde a mais de 10 mil associados, é necessário não só
investir em maquinários de última geração e em produção de qualidade, mas
também em cuidado com o meio ambiente. A responsabilidade socioambiental é um
dos compromissos da APEPI. Além do plantio agroecológico de Cannabis, a Fazenda
Sofia Langenbach é pautada pelo compromisso com a recuperação da biodiversidade
local. E uma dessas atividades é o reflorestamento da área, com espécies
nativas da mata atlântica.
Os frutos do
reflorestamento em Paty do Alferes
Desde o início das atividades da APEPI na
fazenda, mais de 2.300 árvores nativas já foram plantadas, e as primeiras mudas
cultivadas em 2021 já se tornaram frondosas árvores. É o caso de um dos
guapuruvus, plantado em setembro daquele ano, e que, hoje, exibe seu longilíneo
tronco. O crescimento das áreas de reflorestamento demonstra o sucesso da recuperação
da biodiversidade local.
Espécies plantadas
Outros exemplos de espécies plantadas são o
angico, jacarandá e pau-ferro. Essas espécies endêmicas ajudam a recuperar e
recompor o solo, além de trazer maior harmonia ao ecossistema. Assim, a
iniciativa não apenas promove a recuperação ambiental, mas também ajuda no
processo de produção mais sustentável.
Isso ocorre porque a vegetação do entorno
ajuda a manter saudável o solo para o plantio da Cannabis, ajuda também a
harmonizar o clima e melhora a relação do ambiente com as aves locais. A
vegetação nativa forma também uma barreira biológica que impede o avanço de
espécies invasoras.
O reflorestamento da área da Fazenda é uma
parte das ações de sustentabilidade da APEPI. Toda a produção da Cannabis
segue os modelos da agroecologia, com produção orgânica. Todo o material
orgânico da produção da maconha é reutilizado como adubo, refazendo o ciclo da
natureza. Além disso, a Fazenda também conta com estação de energia solar,
tratamento de esgoto e horta orgânica para consumo interno. São ações
sustentáveis que garantem não apenas a saúde dos associados, como também a do
planeta.
Cannabis pode ajudar o clima do planeta?
O principal desafio dos tempos atuais é reduzir
os impactos ambientais das atividades humanas. Os últimos anos têm registrado o
aumento alarmante das temperaturas globais, e os impactos sobre a
biodiversidade ameaçam a sobrevivência de diversas espécies, inclusive a
humana. Neste sentido, a plantação de maconha pode ajudar a recuperação
ambiental.
Um dos primeiros impactos positivos é a
respeito da retirada de carbono da atmosfera. Esse gás é considerado um dos
principais responsáveis pelo efeito-estufa. De acordo com o Hudson Carbon
(EUA), a planta é uma das culturas com maior potencial para sequestro de
carbono. Ao analisar o potencial do cânhamo, espécie de Cannabis com baixo teor
de THC (tetrahidrocanabinol), a entidade concluiu que ele possui duas vezes
mais capacidade de retirar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera do que outros
vegetais de mesmo porte.
De acordo com a Hudson Carbon, um acre de
cânhamo pode, potencialmente, remover até 11 toneladas de CO2 da atmosfera.
Além de melhorar a qualidade do ar e ajudar o controle da temperatura, a
maconha ajuda a recuperar o solo, isto porque a planta possui sistema radicular
profundo, o que fortalece o terreno e permite o manejo de outras culturas. Além
disso, a Cannabis não necessita de pesticidas para crescer e florescer, o que
favorece o manejo orgânico de outras espécies.
Outras aplicações para o cânhamo
Além de dar origem a remédios à base de CBD (canabidiol),
o cânhamo pode ser utilizado para diversos fins. O cânhamo industrial pode dar
origem a tecidos, materiais de construção, entre outros. Seu uso oferece menor
impacto ambiental do que os insumos tradicionais, como o algodão, na indústria
têxtil, e o cimento ou outros materiais, na construção civil. A produção à base
de cânhamo pode até atingir emissão zero de carbono.
Foto: Fazenda Sofia Langenbach - Acervo APEPI