Eurico Junior, Um Político
Filho de Eurico Pinheiro Bernardes e de Gioconda Guimarães Bernardes, Eurico Pinheiro Bernardes Junior nasceu na cidade de Vassouras em 18 de janeiro de 1959, sendo descendente da tradicional família Bernardes de Paty do Alferes
22/03/2024
Historiador Sebastião Deister
Edição 493
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Filho de Eurico Pinheiro Bernardes e de Gioconda
Guimarães Bernardes, Eurico Pinheiro Bernardes Junior nasceu
na cidade de Vassouras em 18 de janeiro de 1959, sendo descendente da
tradicional família Bernardes de Paty do Alferes. Ao lado das irmãs Teresa
Cristina, Maria Thereza e Elizabeth (esta, a caçula) e junto de tios e primos, Eurico
Junior foi criado nas dependências do tradicional Hotel Quindins, gerenciado
pela família. Conheceu as primeiras letras em Paty no hoje extinto Ginásio
Barão de Paty do Alferes, dirigido na época pelo saudoso professor George Jacob
Abdue.
Após concluir o 2º Grau, seguiu para o Rio de Janeiro
a fim de cursar a Faculdade de Educação Física na Universidade Gama Filho. Até
então, ele não pensava em política. Seu propósito mais imediato era formar-se e
vir ensinar nos colégios de sua terra, tanto que, em 1982, um ano após sua
formatura, participou do concurso do magistério da rede estadual fluminense,
classificando-se em 1º lugar. De pronto optou pelo Colégio Estadual Edmundo
Peralta Bernardes, centro de Paty, iniciando ali sua vida como professor de
Educação Física. Trabalhou, também, nos colégios cenecistas de Paty e Miguel
Pereira. Em 1985, prestou novo concurso para o magistério, obtendo nova
matrícula no estado, e consolidando desta maneira sua posição como professor de
Educação Física na região.
A política entrou em sua vida como uma consequência
natural de seu dinamismo e de sua jovialidade junto aos alunos e aos seus
colegas professores. Participativo, incansável e apaixonado por Paty, Junior
percebeu que poderia ajudar sua cidade ainda mais se passasse a vivenciar com
intensidade os problemas administrativos que tanto afligiam a população
patiense, subjugada pelo estéril domínio de Vassouras.
A rigor, ele só estaria em condições de prestar
algum auxílio a seus conterrâneos se dispusesse de um cargo público que lhe
garantisse autoridade e respaldo popular. Inteligente em suas ponderações, bem
articulado no falar, perspicaz ao sentir as dificuldades comunitárias de Paty,
entrou com vontade e determinação na vida política de Vassouras, conseguindo um
mandato de vereador nas eleições de 1982. Calcado numa votação quase maciça em
Paty, seguiu para Vassouras, transformando-se em um dos mais ativos
representantes dos interesses de sua comunidade durante a legislatura
1983/1988, sendo empossado no cargo mal completara seus 23 anos. Na Câmara,
Junior descobriu quão era apaixonante a vida de legislador. Bom orador,
tolerante com as atitudes de seus pares, dando a falsa impressão de ser
submisso à imposição alheia, mas dono de uma retórica convincente, ele levava
para Vassouras as reivindicações de Paty e Avelar e gradativamente consolidava
sua posição de hábil estrategista político e pavimentava o caminho que o
levaria a posições mais proeminentes em sua cidade natal.
Em 1985, Eurico Junior casou-se com a jovem Jeanne
Marisete Teixeira, tendo com ela três filhos: Eurico Neto, Thomas e Rudá,
ligando-se pelo casamento a outra tradicional e conhecida família patiense: os
Teixeira. Bem casado e instalado com tranquilidade em sua querida Paty do
Alferes, Junior logo passou a trabalhar pela emancipação da cidade, cercando-se
de outros companheiros e defensores dos mesmos ideais de sua terra.
Na Câmara de Vereadores, Junior proferia discursos
inflamados e lutava à busca de uma autorização para que fosse realizado um
plebiscito em Paty e Avelar. Após renhidas escaramuças políticas, Junior viu
finalmente sua terra ganhar a liberdade pela Lei 1.254 de 17 de dezembro de
1987; Daí para ser candidato nas primeiras eleições de Paty foi um passo
esperado e natural. Apoiado pela União Renovadora Popular, Eurico Pinheiro
Bernardes Junior confrontou-se com mais quatro postulantes de renome em Paty,
mas obteve o primeiro mandato de Prefeito daquele município nas eleições
realizadas em outubro de 1988, assumindo o cargo em 1 de janeiro de 1989 ao
lado do seu vice, o fiel companheiro de campanha Alexandre Veiga Lisboa, um
conhecido filho de Avelar. A tarefa de trabalhar como primeiro Prefeito de Paty
do Alferes revelou-se espinhosa, pois a ele coube implantar toda a
infraestrutura de um novo município que, por séculos, dependera exclusivamente
das decisões vindas de Vassouras. Sem esmorecer diante das dificuldades,
persuasivo e obstinado, ele logo passou a percorrer os gabinetes do Governo do
Estado e também os meandros de Brasília, retornando a Paty somente depois de
obter amplas garantias de que suas reivindicações seriam atendidas em sua
totalidade. Assim, em prazo relativamente curto, Junior conseguiu informatizar
grande parte das secretarias municipais e de pronto montou uma estrutura municipal
capaz de dar andamento aos trabalhos básicos do município, equipando
rapidamente a Prefeitura com uma frota representada por ambulâncias, máquinas patrol,
tratores, caminhões, retroescavadeiras, pás mecânicas e micro-ônibus, além de
dezenas de outros veículos menores que, estacionados no pátio da improvisada
Prefeitura instalada nas dependências de uma antiga escola estadual da cidade,
atestavam o dinamismo e a vontade de trabalhar daquele jovem Prefeito.
Entre as várias realizações de Junior em seu
primeiro mandato, citaremos: A construção do Ginásio Esportivo Municipal, com
capacidade para receber um público de cerca de 3.000 pessoas, apresentando 2.000
m2 de área construída; construção de 11 Postos de Saúde, alguns com
Gabinetes Odontológicos; início das obras de construção do Centro Municipal de
Saúde; ampliação da Rede de Abastecimento de Água de 4 km para 46 km; inauguração
da Estação Compacta de Tratamento de Água de Paty; ampliação da Rede Elétrica
na Zona Urbana; colocação de 1.500 braços de iluminação pública; asfaltamento
da Estrada Paty-Avelar (17 km); asfaltamento do Morro do Fama e parte da
Avenida Antão Bernardes; implantação da Feira Agropecuária em Avelar; ampliação
da Festa do Tomate; criação da Biblioteca Pública Municipal e do Espaço Manoel
Congo nas dependências da antiga estação da estrada de ferro, no centro de
Paty; implantação de um escritório do DETRAN em Paty; aquisição do histórico casarão
no centro de Paty para a instalação da Câmara Municipal; organização do Código
Tributário; criação do Plano de Cargos e Salários da Prefeitura; elaboração do
Estatuto do Servidor Público e sanção da Lei Orgânica do Município. Eurico
Junior foi agraciado, em 1991, com o título de Melhor Prefeito do Estado do Rio
de Janeiro pelo Jornal do Brasil. Em 1992, recebeu o Colar do Mérito Judiciário
concedido solenemente pelo Tribunal de Justiça do Estado.
Após quatro anos de profícuo mandato, Eurico Junior
lançou o nome de seu vice, Alexandre Lisboa, como candidato a Prefeito nas
eleições de 1992, conseguindo ainda encaixar o nome de seu primo Hugo Corrêa
Bernardes, então Presidente da Câmara Municipal de Paty, a vice de Alexandre.
Alexandre e Huguinho foram eleitos com expressiva margem de votos, recebendo a
Prefeitura das mãos de Eurico Junior em 1 de janeiro de 1993 e dirigindo Paty
até 31 de dezembro de 1996.
Ao assumir a prefeitura em 1993, Alexandre não abriu
mão da experiência e da colaboração de Junior, alocando-o na Secretaria de
Educação e na Secretaria de Planejamento, cargos por ele ocupados apenas até a
data de sua desincompatibilização em 1994. Voltou a um segundo mandato de
prefeito entre 1997 e 2000.
Nas eleições de 2018, Eurico concorreu ao cargo de
deputado estadual pelo PV, mais não foi eleito, mas ficou como 1º suplente. Em 5 de outubro de
2020, assumiu o cargo de deputado estadual após a morte de João
Peixoto, vítima
da COVID-19. Por outro lado, trabalhou com deputado
federal entre 2013 e 2015.
Durante seu primeiro mandato, Junior teve a
acompanhá-lo a seguinte Câmara Municipal: Hugo Corrêa Bernardes - Presidente; Alício
Pereira Mamedir - Vice-Presidente; Aloysio de Oliveira - 1º Secretário; José
Carius de Melo - 2º Secretário; Altino de Paula Borges; Aurimar da Rocha
Oliveira; Antônio José da Rosa; Marcello Francisco da Silva; Nacim Elmôr; Oswaldo
Fernandes de Barros Filho e Rubens de Medeiros Pereira.
Foto:
Junior discursando na Câmara do Deputados