Entrevista com o prefeito Juninho Bernardes
"Só para o Hospital Luiz Gonzaga, Paty repassou mais de 20 milhões de reais"
31/07/2020
Entrevista
Edição 303
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JR
- Prefeito, estamos em julho de 2020, então, passados 3,5 anos de mandato, que
área do seu governo o senhor tem satisfação de ter feito?
PJB - A Saúde é uma das prioridades em Paty do Alferes, então
eu e meu vice Arlindo Dentista investimos pesado no setor para atender a
população de Paty. Só para o Hospital Municipal Luiz Gonzaga, o município de
Paty repassou quase R$20 milhões de reais, garantindo o atendimento dos
munícipes patienses na cidade vizinha.
JR
- Prefeito, como é a parceria com o Hospital Luiz Gonzaga?
PJB - Investi pesado no Hospital; já passei para o
Hospital Luiz Gonzaga mais de R$ 19.500.000,00. É importante deixar claro que
não temos a gestão do Hospital, ela é exclusiva do prefeito André Português,
mas somos sócios desse grande Hospital, que serve a região há mais de 60 anos. Além
disso, uma verba nossa do SUS de Paty vai todos os meses para o Hospital, então
até agora foram mais de R$ 1.165.000,00. Assim, nesses três anos e meio de
governo, já foram de Paty para o Hospital mais de R$20 milhões. É um
investimento alto para que nossa população tenha um bom atendimento hospitalar.
JR
- Prefeito, mas a Saúde não é só o Hospital Luiz Gonzaga. Gostaríamos de saber
da Saúde no município.
PJB - A Constituição Federal determina que 15% do
orçamento municipal seja investido na Saúde. No caso de Paty do Alferes, em
todos os anos deste governo, a média ficou acima de 25%. Sendo que nesse 1º quadrimestre
(janeiro a abril) de 2020, o valor foi superior a 26%.
JR
- A Saúde começa pela boca. Como o seu governo encarou esse problema?
PJB - Tínhamos uma demanda reprimida muito grande.
Fizemos muitos investimentos na saúde bucal, mas percebemos que precisávamos
dar uma virada e a forma que encontramos para melhor atender o morador, com
respeito e conforto, foi criar um centro de atendimento, e foi assim que o CEO
nasceu. Tomada a decisão, rapidamente tiramos a ideia da cabeça, colocamos o
projeto no papel e partimos para construir o Centro de Especialidades
Odontológicas (CEO) no município.
JR
- Qual o volume que o CEO tem conseguido atender?
PJB - Em apenas
um ano, o CEO já fez mais de 2.600 atendimentos.
JR
- Quais especialidades o morador de Paty do Alferes pode encontrar no CEO?
PJB - Ele pode encontrar diversas especialidades, como:
próteses, aparelhos em crianças e adolescentes, endodontia (canal), biópsias,
odontopediatria e cirurgias em geral, dentre outros. É muito bom ver crianças
colocando aparelho, pessoas recebendo próteses, fazendo cirurgias. Sei da
importância de consertar e alinhar os dentes das crianças e adolescentes.
JR
- O Jornal acompanhou o serviço de exames e isso nos chamou muita atenção. O
senhor tem uma noção desses números?
PJB - Eu vim preparado e com os números embaixo do braço,
porque de cabeça a gente pode esquecer algum número importante. Foram
mais de 600 mil procedimentos realizados. Só de exames laboratoriais, foram
mais 327.000; na odontologia, foram mais 125.000; na Atenção Básica, foram mais
de 55.000 consultas; na Atenção Especializada, mais de 65.000 consultas; foram
mais de 300.000 atendimentos de enfermagem; mais de 6.000 exames de imagem; e mais
de 42.000 atendimentos na fisioterapia. Dessa forma, houve um aumento de 90% em
relação ao governo anterior. Além disso, habilitamos a oferta do serviço em
domicílio para os que não podem se locomover, e isso foi muito bom.
JR
- O Jornal também noticiou a criação de novas farmácias municipais. Não há uma
orientação para que os municípios tenham apenas uma Farmácia Central?
PJB - É verdade, mas o que ocorre é que a população rural
em nosso município é muito grande e seria uma covardia fazer todo esse pessoal
vir até a sede do município, em uma Farmácia Central como nas outras cidades,
para pegar os medicamentos. Acontecia muito desperdício de medicação. Às vezes,
o morador da zona rural não tinha o dinheiro da passagem e não vinha pegar o
remédio. Pior do que perder aquela medição, é o morador não tomar seu remédio
de uso contínuo. Por isso, descentralizamos o atendimento farmacêutico, criando
uma nova Farmácia Municipal no bairro Maravilha e outra em Avelar. Essas
farmácias são regularizadas no Conselho Federal de Farmácia e contam com um farmacêutico
responsável em cada uma delas, um investimento importante para a saúde do
patiense. Não perdemos mais medicação, o morador não ficou sem sua medicação e
ampliamos o abastecimento farmacêutico com remédios para a população em 46%.
Foi excelente!
JR
- Na edição de 19 de junho, o Jornal noticiou a ampliação do Posto de Saúde do
bairro Horizonte. Nos chamou atenção que esse Posto fica quase no meio do
nada. Qual a política de construção, reforma e ampliação dos Postos de Saúde?
PJB - É isso mesmo. Como te falei, nosso município é
rural, e nossa população fica muito espalhada. Como a Saúde começa nos Postos
de Saúde, é na Unidade Básica de Saúde que os problemas precisam ser resolvidos.
Não tem cabimento uma pessoa sair da sua casa na zona rural para procurar o
Hospital Luiz Gonzaga, como acontecia. Hospital é para casos graves que o Posto
de Saúde não tenha como resolver. Por isso, reformei e ampliei 6 Postos de Saúde;
já entregamos os de Pedras Ruivas, Horizonte e Granja Califórnia e estamos
finalizando as obras dos de Palmares, Vista Alegre e Capivara. Em 2018, já reformamos
o Posto de Avelar, melhorando a infraestrutura e oferecendo mais conforto e
qualidade no atendimento tanto para os munícipes, quanto para os nossos
profissionais de saúde. É mais lógico levar os profissionais de saúde às áreas
rurais do que trazer a população para a cidade.
JR
- O senhor ainda pretende construir mais alguma Unidade Básica de Saúde?
PJB - Claro! Já iniciamos a obra de construção da Unidade
de Saúde de Arcozelo, e espero entregá-la ainda esse ano.
JR
- Na nossa edição de nº 300, cobrimos a inauguração da sala oftalmológica e o
mutirão para tratar a catarata. Gostaria que o senhor falasse sobre isso e
sobre o que o levou a fazer essa sala.
PJB - A criação da Sala de Oftalmologia foi muito
importante não só para pré e pós-operatório de cirurgias de catarata, mas
também para pacientes que precisam fazer diagnóstico de outras doenças
oftalmológicas, porque podem ser realizados no local exames de acuidade visual,
refração computadorizada, biomicroscopia, tenometria (pressão ocular),
fundoscopia (fundo de olho), ceratometria (curvatura da córnea) e pressão
ocular. O mutirão de cirurgias de catarata veio para suprir uma demanda
reprimida do procedimento no município, afinal, a catarata é a maior causa de
cegueira reversível no mundo. Na maioria dos convênios para operação de
catarata, os pacientes vão para as clínicas, fazem o pré-operatório, depois
voltam para fazer a cirurgia e depois voltam novamente para fazer o
pós-operatório - é um martírio! É mais humano e menos custoso para o poder
público que o morador faça o pré e o pós-operatório na cidade, saindo apenas
para a cirurgia. Muitas vezes, o morador tem que sair de madrugada e só retorna
no final do dia, depois que todos realizaram o procedimento pré ou
pós-operatório. Essa foi uma das razões para criarmos a Sala de Oftalmologia em
nosso município.
JR
- Como o senhor está com os números na mão, quais são os números finais do
programa Prefeitura Presente?
PJB - Foram mais de 3.000 exames em 12 bairros diferentes,
possíveis graças aos mutirões de exames e consultas realizados pelo programa. Em
relação ao mutirão do Caminhão de Imagens, só em 2020, foram 1.000 exames em
apenas uma semana (em Avelar, Arcozelo e Paty).
JR
- O SUS é o maior programa de saúde pública do mundo para países com mais de
100 milhões de habitantes e ele vem se modernizando e apresentando novos
serviços, como homeopatia, acupuntura e fitoterapia, entre outros. Quando Paty
terá esses serviços?
PJB - É verdade. Não é fácil e nem barato, principalmente
em um país com mais de 200 milhões de habitantes, poder oferecer serviço
gratuito de saúde. Nós sabemos como é caro e como a população necessita disso.
Mas, queria te dizer que já temos esse serviço. Paty do Alferes aderiu ao
projeto de Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC),
estabelecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em que terapias como
homeopatia, acupuntura, fitoterapia, medicina antroposófica, auriculoterapia e
cromoterapia têm sido oferecidas à população. O tratamento se dá via
encaminhamento médico e é um tratamento complementar, humanizado, que aproxima
o cidadão das práticas preventivas de Saúde.
JR
- O senhor não acha que o sistema de marcação de consultas especializadas tinha
que ter um agendamento mais fácil, sem ter a necessidade do morador se deslocar
até a Secretaria de Saúde na sede do município?
PJB - Com a implantação do Sistema de Regulação de
Consultas de Especialidades no município, os pacientes podem agendar uma
consulta com o médico especialista na sua Unidade de origem, não é mais
necessário vir até o centro de Paty para agendar na Secretaria. Pensamos nisso
usando a mesma lógica da descentralização da Farmácia Municipal e da
construção, reforma e ampliação dos Postos de Saúde: é para dar conforto ao
morador da zona rural; queremos que quase tudo ele faça perto de sua casa e não
tenha motivos para não se tratar.
JR
- Quais são as últimas aquisições para a Saúde de Paty do Alferes?
PJB - Adquirimos mamógrafo, aparelho de ultrassonografia,
5 novas ambulâncias (sendo uma 4x4), 4 vans (sendo uma adaptada para
cadeirante), 10 gols, 1 picape Amarok, 3 picapes Saveiro e 1 ambulância UTI (esta
ainda irá chegar). Além disso, retornamos o atendimento de Endoscopia na
Unidade Alba Monteiro Bernardes.
JR
- Gostaria de dizer algo mais para concluir?
PJB - O Hospital Luiz Gonzaga é muito importante para
Paty do Alferes e foi muito importante sua melhora, mas a saúde pública é mais
complexa, precisa ser vista como um todo e tudo tem que funcionar para que o
morador precise ir ao Hospital cada vez menos. Assim, o Posto de Saúde tem que
estar ao lado do nosso morador. E vamos cada vez mais investir no atendimento
de qualidade para nossa população. Obrigado.