Ménage à trois

Ménage à trois é uma expressão utilizada para designar a prática sexual entre três pessoas

 28/10/2022     Sexóloga Clarissa Huguet      Edição 421
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Ménage vem da expressão francesa "ménage à trois", utilizada para designar a prática sexual entre três pessoas. Não há uma regra sobre quem elas devem ser, podendo ser feito de diversas formas: envolvendo pessoas do mesmo sexo, de gêneros diferentes, pode ser parte de um gênero e parte de outro, além de não precisar ser, necessariamente, um casal.

 

Os adeptos do ménage consideram este tipo de interação sexual como uma excelente forma de driblar a monotonia e a mesmice do sexo convencional. Não só por possibilitar relações hetero e homossexuais no mesmo contexto, como também por abrir espaço para a realização de fantasias e fetiches.

 

Porém, apesar de, na teoria, ser tudo bem tranquilo, na prática, inserir uma terceira pessoa no sexo nem sempre é tão simples. Na realidade, se houver sentimento envolvido, a pessoa só saberá como irá se sentir e reagir ao viver a experiência. Não há literatura que fale mais alto do que o sentir.

 

Há alguns pontos-chave para quem nunca vivenciou o sexo a três que, certamente, podem ajudar na decisão e, ainda, na consecução do ménage. Vamos a eles?

 

- primeiro e principal ponto: deve haver sempre concordância e consentimento entre todas as partes.

 

- não faça se não tiver o desejo genuíno. É bastante comum que mulheres acabem cedendo a pedidos reiterados e insistentes de parceiros que desejem apimentar a relação incluindo uma terceira pessoa. A chance de o tiro sair pela culatra é enorme. Se quando ambos desejam viver a experiência já é complicado, imagina se uma das partes entra forçada? Aquela vontade precisa fazer parte do universo da fantasia dos três envolvidos.

 

- se vocês formam um casal, estabeleçam regras. O casal precisa conseguir se comunicar se algo não está indo bem, tipo um botão de emergência ou uma palavra de segurança, a fim de evitar maiores constrangimentos e dissabores.

 

- os três devem estar confortáveis quando a interação começar. É importante que todos se sintam desejados, sendo essencial respeitar os limites do outro. Não é legal um ficar excluído enquanto os outros se divertem, a não ser a que a onda dele ou dela seja ficar de voyeur.

 

- sempre utilizar preservativo e lubrificante para que a experiência seja ainda mais prazerosa e segura.

 

E, finalmente, é muito comum que a prática venha acompanhada do ciúme, então, como lidar com ele? Vejam a orientação da psicóloga Quetie: "O que eu acho ideal é que seja conversado sobre o ciúme antes, e, se acontecer, a gente vai usar uma palavra de segurança para dar uma diminuída nisso, para amenizar... Sentiu que rolou um ciúme, vai lá, pega o outro, abraça, fica ali um pouco, pergunta se está confortável... Está tudo bem conversar também na hora da transa, perguntar se está confortável, se pode continuar, se não pode". Eu, entretanto, não acredito que pessoas muito ciumentas e/ou possessivas possam ter uma boa vivência, pelo menos a princípio.