Tornozeleira eletrônica para casos de medidas protetivas
O dispositivo também pode oferecer outras formas de segurança, como um aplicativo de celular ou "botão do pânico"
28/03/2025
Mulher
Edição 520
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O Plenário do
Senado aprovou, nesta quarta-feira (26/3), o projeto de lei que permite o
monitoramento de agressores de mulheres por meio de tornozeleiras eletrônicas.
O objetivo é garantir o cumprimento de medidas protetivas em casos de violência
doméstica e familiar. O texto também prevê que a vítima e a polícia sejam
alertadas sobre uma aproximação indevida do agressor.
O PL
5.427/2023, do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), recebeu voto favorável
da relatora, a senadora Leila Barros (PDT-DF). Ele vai à sanção.
"Nós
sabemos que muitas das mulheres que são vítimas de feminicídio morrem mesmo com
medida protetiva. Temos que buscar todo tipo de mecanismo para que possamos
ajudar essas mulheres que se sentem ameaçadas. Vamos à luta", disse Leila.
O texto
aprovado prevê que o juiz também pode oferecer dispositivo de segurança ? como
um aplicativo de celular ou "botão do pânico" ? que alerte a
vítima e a polícia em caso de aproximação ilícita do agressor. Isso porque a
medida protetiva de urgência limita os locais que o infrator pode frequentar,
com o objetivo de proteger a mulher.
Proteção
De acordo com
a Lei Maria da Penha, de 2006, em casos de violência doméstica e familiar, o
juiz pode aplicar, de imediato, medidas como afastamento do lar, proibição de
aproximação e contato com a vítima e comparecimento a programas de reeducação,
entre outras. O texto aprovado inclui o monitoramento eletrônico a essa lista.
A senadora
Margareth Buzetti (PSD-MT), que sugeriu o projeto para ser pautado no Plenário,
disse que diversos dispositivos poderão ser usados para o monitoramento, como
tornozeleiras, pulseiras, chaveiros e celulares. Ela também afirmou que a
proposta é uma medida necessária diante da realidade de algumas relações
abusivas.
"Você não
consegue coibir o agressor quando ele quer matar uma mulher, é muito difícil.
Ela tem que se esconder, realmente, senão ele a mata", lamentou.
O senador
Paulo Paim (PT-RS) foi relator do projeto na Comissão de Direitos Humanos
(CDH). Ele disse que vai trabalhar para que o texto seja sancionado pelo
presidente da República e vire lei.
Fonte
Agência Senado