Filme 'Onde está a verdade' chega a Miguel Pereira
Depois de ser exibido em Paty do Alferes e Paulo de Frontin, o filme que foi rodado na cidade teve sua exibição no Centro Cultural e finalmente revela o mistério do sumiço dos quatro amigos na década de 70
05/07/2024
Cinema
Edição 507
Compartilhe:
O filme 'Onde está a verdade' foi todo rodado
na cidade de Miguel Pereira, com atores da cidade e com depoimentos de
moradores, profissionais e veranistas. Como trama, mistura ficção e realidade.
Logo, tornou-se um grande mistério entre a população da cidade, onde a equipe e
pessoas ligadas ao filme eram constantemente questionadas se realmente o
"desaparecimento" ocorreu ou não. Foi o grande burburinho da cidade nos últimos
meses.
A trama
Começa em 2022. Depois de 33 anos fora da
cidade, o cineasta Gabriel Nolasco retorna a Miguel Pereira, onde nasceu e foi
adotado, e fica sabendo do desaparecimento de quatro jovens no município em
1970. Com esse mistério nas mãos, inclusive um estranho manuscrito achado por
um dos jovens, ele resolve fazer um documentário chamado "Rostos Esquecidos",
contando com a produção da atriz e diretora de teatro, televisão e cinema,
Stella Freitas, e roteiro de Bernardo Coimbra, famoso influencer do Instagram e
neto de importantes veranistas da região.
Depoentes
Em cima de diversos depoimentos de
personalidades locais, como o historiador Sebastião Deister, a psicóloga Luiza
Vizeu, o jornalista Mauro Peixoto, a bióloga Suzy Wangler, o comerciante
Sebastião Salgado, a advogada Kathya Harnam, o artesão Rogerio Pinto, a
professora Moema Sant´Anna, o veranista Luis Augusto (Gugu) Castro Sousa, e o
roqueiro Celsinho Neris, entre outros, o diretor levanta algumas hipóteses para
o caso: ação do tráfico de drogas, da repressão militar ou de atividades extraterrestres,
mesmo que a impressão final da polícia tivesse apontado para uma simples fuga
dos jovens para uma cidade maior, a fim de tentar uma nova vida.
Mesmo contando com registros
de filmagem em câmera Super-8, gravações de fitas cassetes e fotos de arquivo, além
dos diversos testemunhos, o documentário começa a ter seus fatos questionados
internamente, na imprensa local e nas redes sociais, e é a partir daí que surge
o longa-metragem "Onde Está a Verdade".
Equipe técnica
Reunindo uma equipe técnica de jovens
miguelenses sem experiência prévia em obras de tal monta, o produtor e roteirista,
Décio Coimbra, resolve usar todo o material existente e desenvolver, junto com
o diretor Lucas Maia, o tal filme em Miguel Pereira, a fim de esclarecer o que
haveria por trás daquele documentário. Dessa forma, e incluindo as imagens de "Rostos
Esquecidos", de arquivos pessoais, de câmeras de segurança, junto de
filmagens no centro da cidade, em Barão de Javary, em Governador Portela e em
Marcos da Costa, "Onde Está a Verdade" contou com a ajuda de mais de 70
pessoas, dentre as quais apenas 7 não eram de Miguel Pereira.
Tempo e custo de produção
O longa metragem foi realizado em um ano e
três meses, com um baixíssimo orçamento (cerca de 70 mil reais), e começa a ser
exibido em 2024, primeiramente em Paty do Alferes (cuja Secretaria de Cultura e
Economia Criativa apoiou na pós-produção), depois em Engenheiro Paulo de
Frontin (Sacra Família, apoio do Parque Eco-Cult Uaná Etê), e, finalmente, no
Centro Cultural Jandira Telles Leme Pragana, onde era a antiga igreja matriz da
cidade, graças ao apoio da Secretaria de Cultura de Miguel Pereira.
Como diz o produtor, "mais do que mostrar
o que teria acontecido aos quatro jovens no dia do último jogo da Copa de 70, e
mesmo mais do que ilustrar a história do município, o filme pretende estimular
os moradores do centro-sul fluminense a procurar por mais arte e a criar um
senso crítico sobre onde está a verdade."
Produção executiva
Eduardo Vianna. Direção de Fotografia: João
Wangler. Edição: Bruno Azevedo. Direção de Arte: Gabriel Malheiros e Gustavo
Menezes. Produção Musical: Orlando. Produção de Elenco: Rafael Coimbra e Thedy
Pontes. Maquiagem: Stephanny Rodrigues.
Agradecimentos a muita gente e a outros
tantos estabelecimentos, de Miguel Pereira e de Paty do Alferes, que só quem
fica até o fim de todos os créditos do filme pode entender.