"Decisão do Copom sobre a taxa de juros é um escândalo e Campos Neto é um bolsonarista sabotador", diz Lindbergh
Deputado criticou corte de apenas 0,25 ponto percentual na taxa Selic, anunciado nesta quarta-feira
11/05/2024
Economia
Edição 499
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O deputado federal Lindbergh
Farias (PT-RJ) disparou críticas contundentes contra a decisão do Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central em relação à taxa básica de juros
(Selic). A redução de apenas 0,25 ponto percentual, passando de 10,75% para
10,50% ao ano, foi classificada por Farias como uma "vergonha" e um
"escândalo".
Segundo o político, a queda da
inflação deveria ter sido acompanhada por um corte mais expressivo na taxa Selic,
no entanto ele aponta que declarações de Roberto Campos Neto, presidente do
Banco Central, influenciaram para que a redução fosse menor.
"Isso é uma vergonha, um
escândalo. Sabe por quê? Porque a inflação caiu, aí tinha uma previsão de queda
de 0,5 ponto percentual na Selic, mas o Roberto Campos Neto começou a dar
declarações de que a queda da taxa de juros tinha que ser menor", afirmou
Lindbergh Farias.
Farias alega que Campos Neto agiu
assim devido a mudanças na previsão de déficit fiscal para o ano de 2025 pelo
governo federal. Essa mudança, segundo ele, foi interpretada pelo mercado como
uma justificativa para uma redução mais branda na taxa de juros. "O Campos
Neto começou a dar declarações [para reduzir o corte na taxa de juros, que
vinha sendo de 0,5 ponto percentual a cada atualização]", disse o
deputado.
Ele ainda acusa o presidente do
Banco Central de sabotagem econômica, afirmando que suas ações visam travar a
economia brasileira. "É uma loucura ter uma autonomia do Banco Central em
que o presidente da República [Lula] entra com um presidente do BC nomeado pelo
outro presidente, que é bolsonarista e está torcendo contra", disse
Farias.
As críticas de Lindbergh Farias
vêm em meio a uma série de discordâncias em relação à política monetária atual.
A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, também se
manifestou contra a decisão do Copom, chamando-a de "crime contra o
país" e acusando a direção bolsonarista do Banco Central de sabotar o
desenvolvimento do Brasil. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias
18 e 19 de junho.
Fonte TV247