Árvores que choram!
Quando a Cultura resiste
26/07/2024
Marcelo Mourão
Edição 509
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Por um instante, pude observar as lágrimas
das árvores que caíam lentamente, como num jogo de cena dirigido pela paixão
sob a forte luz da alma e do coração.
Por um instante, observei, no céu cinzento, triste, um flash do olhar de
Paschoal Carlos Magno observando o vaivém das ladeiras, o desmontar dos
cenários, as bagagens, enfim... a despedida.
Por um instante, observei uma tristeza
imensa, um aperto no peito, sorriso de esperança, porque, ao sair da Aldeia de
Arcozelo, todos tiveram a certeza da volta em breve! É assim sempre! Ficou um
rastro de saudade, laços reforçados de amizade, discussões e crescimento do
teatro e um conforto para as árvores que choram. Elas, imóveis, envelhecem
testemunhando o passar do tempo que passa na Aldeia, do vaivém das pessoas, dos
artistas...
Nós envelhecemos com o amadurecimento que a
vida proporciona!
As árvores choram como todos nós que vivemos intensamente dez dias de pura
emoção! E como é bom!
(Crônica
escrita no final de um dos festivais da FETAERJ, na Aldeia de Arcozelo, há mais
de 10 anos)