Visconde com Grandeza de Taunay
Alfredo Maria Adriano D'Escragnolle Taunay
19/06/2020
Historiador Sebastião Deister
Edição 297
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Filho do Comendador Felix Èmile Taunay, titulado como barão de Taunay
(nascido em Montmorency, França, em 1º de março de 1795 e falecido no Rio de
Janeiro em 10 de abril de 1881) e de D. Gabrielle Hermínie de Robert d'Escragnolle
Taunay, Alfredo Maria Adriano nasceu no Rio de Janeiro no dia 22 de fevereiro
de 1843 e aí faleceu em 25 de janeiro de 1899.
Sua ascendência
prendia-se a um notável ramo aristocrático de França. Seu pai era pintor,
professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes, ao mesmo tempo em que seu avô paterno
foi o também conceituado pintor Nicolas-Antoine Taunay. Por outro lado, sua mãe, Gabrielle
Herminie de Robert d'Escragnolle, era irmã do barão d'Escragnolle, filha de Alexandre-Louis-Marie de
Robert, conde d'Escragnolle, sobrinha do visconde de Beaurepaire-Rohan e neta de Jacques Antoine Marc, o conde
de Beaurepaire.
Após obter seu
bacharelado em literatura no Colégio Pedro II em 1858 com apenas quinze anos de idade,
Taunay estudou física e matemática na Escola Militar de Aplicação, da qual
se originaram a Escola Militar da Praia Vermelha (origem da atual Academia Militar de Agulhas
Negras), a Escola
Técnica do Exército (hoje Instituto Militar de Engenharia) e a Escola Central Politécnica (agora Escola
Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro), tornando-se bacharel em Matemática e
Ciências Naturais em 1863, logo assumindo o cargo de professor de História e
Línguas na Escola Militar.
No ano de 1861,
com apenas 18 anos, sentou praça na Arma da Artilharia, passando em seguida
para o Corpo do Estado Maior de 1ª Classe onde alcançou o posto de Major,
servindo na expedição de Mato Grosso durante a Guerra do Paraguai na qualidade
de engenheiro.
Já em 1866 viu-se elevado ao cargo de senador pela Província de Santa
Catarina, chegando, ainda, ao posto de deputado por essa mesma Província na 18ª
Legislatura (de 1881 a
1883) e por Goiás na 15ª Legislatura (1872 a 1875). Foi aceito como sócio do IHGB
(Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) em 1869. Também foi Presidente
das Províncias de Santa Catarina (1876) e do Paraná (1885).
Dotado de inteligência invulgar, foi ainda prolífico escritor, produzindo
vários livros de grande valor histórico e profundo nível literário, entre eles
Inocência, Céus e Terras do Brasil, Cenas de Viagem, A Campanha da Cordilheira,
Lágrimas do Coração, Ouro Sobre Azul, Ao Entardecer, No Declínio e A Retirada
da Laguna (retratando cenas da Guerra do Paraguai), esta considerada como sua
obra-prima, obras lhe valeram o título de Xenofonte
Brasileiro.
Alfredo Maria foi agraciado com os títulos de Grande do Império, Oficial
da Imperial Ordem da Rosa, Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro, Cavaleiro da Ordem
de Cristo e da Ordem de São Bento de Aviz. Ostentava com orgulho as Medalhas do
Mérito Militar, da Campanha do Paraguai, da Expedição de Mato Grosso e ainda
das Repúblicas da Argentina e do Uruguai.
O visconde de Taunay casou-se
em 8 de janeiro de 1874 com Cristina Teixeira Leite (1854/1938), filha do barão
de Vassouras (Francisco José Teixeira Leite), com ela gerando a seguinte prole:
01. Afonso Teixeira Leite d'Escragnolle Taunay (também historiador e
membro da Academia Brasileira de
Letras).
02. Alice Teixeira Leite d'Escragnolle Taunay.
03. Raul Teixeira Leite d'Escragnolle Taunay.
04. Gabriela Teixeira Leite d'Escragnolle Taunay.
Taunay foi agraciado como Oficial da Imperial Ordem da Rosa e como Cavaleiro das Imperiais Ordens de São Bento de Aviz e de Cristo. Também participou da fundação da Academia Brasileira de Letras, criando a Cadeira n° 13, que tem hoje como
patrono Francisco Otaviano.
BRASÃO DE ARMAS: Escudo esquartelado, tendo no primeiro e no quarto as
Armas do Taunay (de goles, três martelos de ouro em roquete); no segundo e
terceiro as dos Escragnolle (de ouro uma aspa de sinople acompanhada em chefe
de um roque de xadrez do mesmo). Tem como suportes um leão à destra e uma águia
à sinistra.
DIVISA: Devoir fait droit - um dever bem feito.