O filme "O outro mundo de Sofia"

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 12/05/2023     Cannabis medicinal é vida      Edição 449
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A dinâmica e a realidade de famílias de pessoas com deficiência é bastante desafiadora e árdua em todos os sentidos, sobretudo de pessoas não verbais, como é o caso da Sofia, que leva o nome ao filme.

Como estabelecer parâmetros de relação quando a linha de comunicação é rompida por uma anomalia genética?

Dizem que a linguagem do Amor é universal. Nela, conseguimos literalmente embarcar numa forma permanente de se relacionar com o outro e, nesse caso, com o "Outro mundo de Sofia".

É outro mundo mesmo. Daqui, vemos apenas fragmentos desse universo e tentamos estabelecer meros acontecimentos e conexões com esse nosso mundo.

Os sorrisos são poucos, as interações mínimas e o Amor e dedicação constantes. É possível parar a trajetória de uma bala com um grito? Talvez não. Mas é impossível dizer que sim.

O filme

Nessa linha fluida de interações entre mãe e filha que não se expressa através de diálogos, o diretor Rapha Erichsen se aproxima desse limiar minimamente complexo e tenta retratar as coisas que Sofia vê, afinal de contas, que mundo seria esse? Não nos restam alternativas senão usar a imaginação.

Nessa lacuna entre existir e pertencer, Sofia existe e vive ao seu jeito dentro da sua realidade. A única forma de interação é a via do afeto, cheia de amor incondicional da família.

Cannabis medicinal

A Cannabis entra na vida da Sofia e sua família como um alento para atenuar diversas crises convulsivas e dar a ela e sua família uma melhor qualidade de vida. 

E para além dos benefícios da cannabis medicinal - que está diretamente vinculada ao bem-estar - estão o preconceito, a violência, a falta de informação e a ignorância. "Não tem pesquisa porque é proibido e é proibido porque não tem pesquisa"

E assim o ciclo tenta se fechar

Por isso que manifestações como a do recente filme "Outro mundo de Sofia" são fundamentais para romper barreiras ideológicas e pautar que o debate da cannabis esteja no âmbito científico para que, em breve, essa possibilidade terapêutica possa beneficiar, o quanto antes, inúmeras pessoas aqui no Brasil.