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A Guiana pode, mas o Ibama proíbe e condena o Amapá e o Brasil a ficarem sem o petróleo que é nosso
Boom do petróleo faz Guiana tornar-se o país com maior crescimento do PIB no mundo. O FMI previu que a economia do país atingiu incríveis 62% em 2022 e se expandirá em notáveis 37% em 2023
Edição: 451
Data da Publicação: 26/05/2023
O empobrecido e pequeno estado sul-americano da Guiana está no meio de
um épico boom do petróleo, que viu a ex-colônia britânica emergir como a região
de perfuração offshore mais quente da fronteira. O boom econômico resultante do
aumento da produção de petróleo viu a Guiana emergir como a economia de
crescimento mais rápido do mundo, registrando um impressionante PIB de dois
dígitos desde 2020, que atingiu os incríveis 62% em 2022.
A produção de petróleo da Guiana expandiu-se em um ritmo impressionante,
crescendo de menos de 100.000 barris por dia no início de 2020 para quase
400.000 barris por dia até o final de março de 2023, e o país a caminho de
bombear 1,2 milhão de barris por dia até 2027. Vale lembrar que o Brasil levou
40 anos para chegar a essa marca de um milhão de barris de petróleo por dia. Eventos
recentes apontam para novas descobertas de petróleo sendo feitas e que o
investimento em energia continuará crescendo, o que aumentará as reservas e a
produção de petróleo da Guiana, mas lá não existe Ibama.
A gigante de energia continua a priorizar o desenvolvimento do prolífico
Stabroek Block, comprometendo-se a investir US$ 12,7 bilhões no projeto Uaru, a
quinta operação desse tipo a ser desenvolvida pela Exxon no bloco. O projeto
Uaru foi aprovado pelo governo da Guiana. A operação terá 10 centros de
perfuração com 44 poços de produção e injeção visando mais de 800 milhões de
barris de recursos de petróleo. Prevê-se que Uaru inicie a produção em 2026 com
capacidade para bombear mais 250.000 barris de petróleo por dia.
Fundo Monetário Internacional
O petróleo do Stabroek Block está gerando uma tremenda colheita
financeira para Georgetown. De acordo com o banco central da Guiana, os
royalties e lucros do petróleo geraram US$ 201,5 milhões apenas em abril de
2023. O Ministério das Finanças previu, em janeiro de 2023, que os royalties e
lucros do petróleo combinados da Guiana para o ano totalizariam US $ 1,63
bilhão, o que representa um aumento de 31% em relação a 2022. Há especulações
de que a receita do petróleo da ex-colônia britânica poderia ser ainda maior
com o Lisa, campo agora bombeando cerca de 400.000 barris por dia, bem acima da
capacidade nominal de 340.000 barris diários.
Já no Brasil...
O Ibama indeferiu
o pedido da Petrobrás para perfurar um poço marítimo (FZA-M-59) que, na verdade,
não fica na bacia da Foz do Amazonas, como a grande imprensa vem divulgando,
mas sim a 560 km de distância da costa brasileira. O impressionante é que esse
poço piloto fica apenas em
torno de 100 km de distância das áreas já produtoras na costa da Guiana.
Segundo o órgão, a
decisão tomada ocorre "em função do conjunto de inconsistências
técnicas" para a operação segura em uma nova área exploratória.
O processo de
licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 foi iniciado em 4 de abril de 2014, a
pedido da BP Energy do Brasil, empresa originalmente responsável pelo projeto. Em
dezembro de 2020, os direitos de exploração de petróleo no bloco foram
transferidos para a Petrobrás.
Em nota, a Petrobrás
afirmou que foi surpreendida pela decisão e que as condições colocadas
originalmente pelo Ibama foram plenamente atendidas. A empresa também afirmou
que o órgão havia reconhecido não haver embasamento legal para cobrar a
realização da avaliação ambiental como condição para emissão da licença de
operação para perfuração.
A empresa disse
ainda que, em setembro de 2022, o Ibama sinalizou que a única pendência para a
realização da avaliação pré-operacional seria a apresentação da licença de
operação do Centro de Reabilitação de Fauna em Belém e as vistorias da sonda de
perfuração e embarcações de apoio.
Segundo a nota, o
Ibama vistoriou e aprovou o centro de despetrolização e reabilitação de fauna
em fevereiro de 2023. A Petrobrás também disse que o tempo de resposta para
atendimento à fauna, em caso de vazamento, atende aos requisitos estabelecidos
no Manual de Boas Práticas para manejo de fauna atingida por óleo do Ibama e
que a licença em questão se restringe à perfuração de poço com o objetivo de
verificar a "existência ou não de jazida petrolífera na Margem Equatorial".
Licença seria apenas para
confirmar o potencial da região petrolífera
"Portanto,
somente após a perfuração desse poço, se confirmará o potencial do ativo, a
existência e o perfil de eventual jazida. A Petrobrás pleiteou apenas a licença
para atividade de perfuração do poço e, para isso, apresentou todos os estudos
e projetos necessários. Em caso de confirmação do potencial da reserva, outro
processo de licenciamento será realizado", diz a nota.
Lula admite possibilidade de exploração de
petróleo no litoral da Amazônia
Presidente vai arbitrar a disputa entre
Petrobrás e Ibama sobre a Margem Equatorial, que pode ser um novo pré-sal. Após o Ibama negar a licença para a Petrobrás perfurar
um poço exploratório, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não
descarta a possibilidade de liberar a exploração de petróleo nessa área, mas
ressaltou que irá avaliar o assunto quando voltar ao Brasil. A decisão do Ibama
impediu a perfuração do poço que fica aproximadamente a cerca de 500 km da foz
do Rio Amazonas.
Nossa posição
Os
meios de comunicação no Brasil são instrumentos de dominação e de contenção do
desenvolvimento do Brasil. A estratégia internacional dos países desenvolvidos e
imperialistas é de que o Brasil não se desenvolva, que continue a ser apenas exportador
de commodities, como minério de ferro, soja, carne etc. Pela vontade dos países
desenvolvidos, o Brasil não pode ter uma política desenvolvimentista, não pode
ter indústrias, não pode ter ciência e nem pesquisa. O Brasil não pode crescer
e se desenvolver porque estará competindo com os países que tentam ditar a
política internacional. Mas essa política caminha para fim com o novo mundo
contemporâneo e multipolar que está surgindo.
A
propósito, o próprio projeto de transposição do rio São Francisco foi um auê
extraordinário dos ambientalistas. Tinha até um padre fazendo greve de fome. A
água do rio São Francisco que está sendo captada para levar água para o sertão
nordestino é apenas uma parte do que o rio despejava no mar. Hoje todos querem
ser o pai da criança e o padre vai bem obrigado.
Segundo o ex-ministro da defesa e ex-presidente da Câmara
Federal, Aldo Rebelo, "a decisão do Ibama é contrária aos
interesses do Brasil. A exploração do petróleo
nessa região é uma fonte importante de recursos que poderiam beneficiar todo o país
por meio do Fundo Social destinado à proteção do meio ambiente, defesa da
educação e saúde". Rebelo
atribuiu tais decisões a interesses internacionais representados no Ministério
do Meio Ambiente e no Ibama, que prevalecem sobre as questões relacionadas à
Amazônia.
E, concluindo,
segundo a representante dos trabalhadores
no Conselho de Administração da Petrobrás, Rosangela Buzanelli, "conhecendo
o corpo técnico da companhia e como parte dele, tenho plena confiança de que
não há melhor empresa para essa missão do que a nossa Petrobrás, que deveria,
caso confirmemos o potencial petrolífero na Margem Equatorial, ser operadora
única dessa província".
Fontes: Brasil 247/Aepet/Oilprice