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Petrobras ignora o Rio e deve contratar na Ásia plataformas que vão gerar 80 mil empregos

A encomenda vai gerar, nos próximos meses, 80 mil empregos em Singapura, na Ásia, e o desemprego no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, continua alto

Edição: 331
Data da Publicação: 05/02/2021

O liberalismo apátrida da direção da Petrobras, somado à ausência de políticas públicas destinadas ao fomento do setor, produzirá nos próximos meses 80 mil empregos em Singapura, na Ásia, e desemprego no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro.

 

Duas mastodônticas plataformas

 

A Petrobras deu início à licitação de duas mastodônticas plataformas (P 78 e P 79) para o campo de Búzios, no litoral do estado do Rio. Mesmo com o desemprego em alta no país, são remotíssimas as chances de as encomendas ficarem no Brasil, muito menos no Rio de Janeiro, onde os estaleiros estão praticamente vazios.

Ao contrário de anos atrás, quando havia mobilização política em favor do conteúdo local para a garantia de empregos no Brasil e no Rio, não se vê qualquer movimento para assegurar a construção das plataformas no país. O absoluto desdém com a indústria naval brasileira contrasta com o desemprego galopante que bate à porta de 14 milhões de brasileiros.

Sérgio Bacci relata sua conversa com o presidente da Petrobras e ele foi claro: "Vou comprar onde tiver que comprar com preço mais baixo", relata Sérgio Bacci, vice-presidente do Sindicato da Indústria Naval.

 

Atual gestão da Petrobras não tem compromisso

 

A gestão de Carlos Castelo Branco na Petrobras retirou da maior estatal brasileira o compromisso de políticas públicas em favor do desenvolvimento do país. A Petrobras não opera em favor do Brasil; tal qual uma empresa privada, só enxerga seus próprios lucros, ainda que, para isto, produza mais desemprego.

 

Cadê a Firjan?

 

Não se vê qualquer reação da Firjan, a Federação das Indústrias do Rio, em defesa da indústria naval. A ótica caolha do liberalismo obtuso em desfavor dos interesses nacionais passou a prevalecer de modo geral. Não há grito, não há reação. A visão liberal de Paulo Guedes capturou o Brasil, neutralizando qualquer revide ao desmonte de um setor estratégico para o país, dono de um gigantesco volume de reservas no pré-sal. Nem mesmo a bancada federal fluminense se mobiliza em torno da questão, rendida, em sua maioria, pelo liberalismo.