Voltar

Reajuste do salário mínimo dado por Bolsonaro em 2020 não terá aumento real

Isso não ocorre desde 2010

Edição: 277
Data da Publicação: 17/01/2020

O Congresso Nacional ainda não votou, e dá sinais de que não concorda com o reajuste do salário mínimo desse ano, anunciado pelo governo. O presidente Jair Bolsonaro editou uma segunda medida provisória com o novo valor do salário mínimo aplicando apenas a inflação.

Nova fórmula

Pela primeira vez desde 2010 o reajuste do salário mínimo não seguirá parâmetros quer permitem um ganho real. A antiga fórmula, que vigorou até a virada de 2018 para 2019, previa que o piso nacional fosse reajustado pela inflação do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Isso permitiu que, nos momentos de crescimento econômico, o ganho do mínimo superasse a inflação, ajudando a reduzir desigualdades e estimulando o consumo das famílias. A regra, no entanto, também fez aumentar as despesas públicas acima da inflação, o que contribuiu para a piora do resultado das contas do governo.

Teto do INSS

O índice que corrige o salário mínimo também é referência para o reajuste das aposentadorias e pensões do INSS. Como nos últimos anos os segurados da Previdência Social não tiveram ganho real (aumento acima da variação inflacionária), a expectativa é de que o INPC seja o reajuste aplicado em 2020.

Se isso for confirmado ? a portaria com as novas faixas do INSS deve ser divulgada ainda nesta sexta-feira ?, o teto do INSS deverá subir de R$ 5.839,45 para R$ 6.101,05.

O comércio das cidades como Miguel Pereira, Paty, Vassouras e Paulo de Frontin

O Governo Federal economiza, mas o comércio, de grande parte dos mais de 5.500 municípios brasileiros, sentirá a perda do poder aquisitivo dos aposentados e pensionistas que, em muitas vezes, sustentam a família com essa renda. A falta do reajuste acima da inflação é fundamental para a sobrevivência das pequenas cidades. Em Miguel Pereira, são cerca de 5.745 segurados, Paty são 3.945, Mendes 5.681, Vassouras 8.386 e Paulo de Frontin 2.488.