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Como o resto do mundo, a França, Chile e Maricá fazem sua parte
A França está gastando 20% do PIB do país em medidas de proteção da economia durante a pandemia. São 450 bilhões de euros (2,7 trilhões de reais) e que, até julho, vai continuar pagando 70% dos salários brutos de funcionários privados.
Edição: 295
Data da Publicação: 05/06/2020
A França está gastando 20% do PIB do país em medidas de
proteção da economia durante a pandemia. O ministro da Economia francês disse
que está gastando 450 bilhões de euros (2,7 trilhões de reais) e que, até julho,
vai continuar pagando 70% dos salários brutos de funcionários privados que não estiverem
trabalhando para evitar demissões; o teto é de 4,5 salários mínimos. Pouco mais
de 1 milhão de empresas acionaram esse dispositivo e 12 milhões de pessoas
receberam o pagamento do governo. A França também distribuiu auxílio aos mais
pobres e anunciou pacotes para ajudar a indústria do turismo, montadoras e o
setor aéreo. Há pouco mais de 15 dias, o comércio voltou a funcionar, mas os
cafés e restaurantes seguem fechados. O número de pacientes internados em UTIs
vem caindo desde o dia 9 de abril e, por enquanto, não há indícios de
crescimento das contaminações depois da reabertura gradual. Mesmo assim, o
governo está encorajando as empresas a manterem os funcionários trabalhando em
casa. É uma estratégia para evitar escritórios cheios e aglomerações nos
transportes públicos.
No Chile
A Câmara dos Deputados chilenos aprovou lei que cria um imposto
sobre grandes fortunas para enfrentar a crise do coronavírus; esse imposto é de
2,5%. Segundo a deputada Camila Vallejo, "É um imposto temporário, de
emergência, que permitirá duplicar ou triplicar os recursos que o Estado está
entregando, melhorando a capacidade de atenção econômica, sanitária e de saúde
à população que precisa ficar em casa". A proposta foi aprovada com 85
votos a favor, 19 contra e 40 abstenções e seguiu para o Senado. Segundo a
OCDE, no Chile, 10% da população mais rica possui 58% de toda riqueza nacional.
No Brasil
Enquanto isso, aqui no Brasil - um país com uma das
maiores reservas internacionais deixadas pelos governos Lula e Dilma - o
governo federal boicota os próprios programas que criou, e foram pelo menos
cinco programas para atender as pessoas e os funcionários e manter as empresas
e a economia viva. Mas ao mesmo tempo que cria, boicota, com exigências
descabidas e burocracia desnecessária.
Jornal Financial
Times
Por isso, o jornal inglês Financial Times, jornal
do mercado financeiro londrino, afirmou em seu editorial de segunda-feira que
Bolsonaro leva o Brasil a um inevitável desastre. Bolsonaro rebate dizendo que
a imprensa internacional é esquerdista.
Maricá
Em contrapartida, no pequeno município de Maricá, que
fica no interior do estado do Rio, a prefeitura criou o PAE (Programa de Amparo
ao Emprego), que beneficiará cerca de 1.448 micro e pequenas empresas e 7.195
MEIs com inscrição no município. O programa consiste em repassar para as
empresas um salário mínimo para ajudar a subsidiar o salário dos trabalhadores que
tiveram suas atividades suspensas por conta da proibição total ou parcial da
prefeitura municipal em função do coronavírus. Os valores serão
repassados às empresas através do Banco Social Mumbuca. A iniciativa prevê o pagamento de um salário mínimo (R$ 1.045) por um
período de três meses ao empregado vinculado ao microempreendedor individual
(MEIs) e aos trabalhadores de micro ou pequenas empresas instaladas na cidade.
Dessa maneira, os
empregados podem ficar em casa e esperar a pandemia passar. O distanciamento
social é a única medida eficaz para garantir a saúde da população diante da
doença. O distanciamento é também a única forma de reduzir o número de casos da
doença e, sobretudo, de evitar também um colapso do sistema de saúde.
Esse é um bom exemplo
de um gestor que priorizou manter a vida, as empresas e os empregos - enfim,
manter a economia da sua cidade.