Voltar

E se a guerra da Ucrânia se prolongar?

A crise do óleo diesel não está descartada, e, se ocorrer, haverá disparada nos preços dos combustíveis e dos alimentos, fila nos postos de combustíveis, aliás, como já está ocorrendo na Argentina.

Edição: 405
Data da Publicação: 09/07/2022

A crise do óleo diesel não está descartada, e, se ocorrer, haverá disparada nos preços dos combustíveis e dos alimentos, fila nos postos de combustíveis, aliás, como já está ocorrendo na Argentina.

Se a guerra da Rússia com a Ucrânia se prolongar, pode faltar diesel no país. Os embargos econômicos aos russos devem aumentar a procura pelo diesel dos Estados Unidos (que já está usando suas reservas estratégicas), o principal fornecedor do Brasil.

Os relatos que temos visto vindo do front da guerra Rússia-Ucrânia é de que o governo russo não pretende que seja uma guerra curta ou rápida, com isso atinge a economia europeia e estadunidense sem dar um tiro.

Hoje, importamos entre 25% a 30% de diesel. Cerca de 80% desse volume vem dos americanos e, nesse cenário, eles precisam dar preferência aos europeus e deixar o Brasil em segundo plano.

Como o diesel é o combustível mais usado no país, principalmente pelos veículos de carga, poderemos enfrentar um caos, e é nesse momento que entra a irresponsabilidade de Bolsonaro, porque o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, mas não no refino.

Se as refinarias projetadas no governo Lula tivessem sido concluídas, como Abreu Lima (PE), Comperj (RJ), Premium 1 (MA) e Premium 2 (CE), o Brasil teria, hoje, autossuficiência em refino também e não dependeria do diesel estrangeiro. Mas Bolsonaro fez o oposto, não só não concluiu as obras, mas colocou à venda 8 das 13 refinarias da Petrobrás. Veja o caso da refinaria Landulpho Alves, da Bahia, privatizada em 2021, ela tem o combustível mais caro do país.

Não é isso que o Brasil quer e precisa. É necessário parar a privatização, retomar as obras paralisadas, mudar a atual política de preços, o PPI, e a Petrobrás tem que voltar a ser responsável pelo abastecimento nacional. Só assim afastamos o perigo de desabastecimento e garantimos preços mais justos para a economia brasileira.

Com a forte tendência de alta no preço do petróleo no mundo, onde há especulações que o barril pode chegar a US$ 380 dólares, não há redução de ICMS dos estados que tenha a capacidade de reduzir os combustíveis.

O diesel é o mais caro da história. E a solução desse mesmo governo é limitar o ICMS cobrado pelos estados, gerando perdas que, somente no Rio de Janeiro, podem atingir R$ 10 bilhões em áreas já castigadas como saúde e educação. Nos oito anos do governo Lula, o diesel subiu apenas R$ 0,48, porque o presidente sabia que o preço do combustível é em dólar, mas o salário do povo brasileiro é em real.

Faltam 86 dias para a escolha de um presidente da República que tenha a capacidade de fazer o que o país necessita.

 

FUP