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Microchips e capital humano: Taiwan mantém talentos, China adquire e Brasil demite

Impedir a perda de talentos em semicondutores é prioridade em Taiwan. Adquiri-los é prioridade na China. Demiti-los é prioridade no Brasil.

Edição: 344
Data da Publicação: 07/05/2021

Impressiona a diferença nas visões de desenvolvimento entre Taiwan, China e Brasil. Dia 29/4, mais 34 empregados foram demitidos da Ceitec, nossa empresa estatal produtora de chips que está sendo extinta pelo governo federal. Como qualquer outra empresa do setor, que é extremamente complexo, a maior parte dos seus empregados são profissionais extremamente qualificados, detentores de títulos de mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Hoje, a Asia Nikkei noticiou que o governo de Taiwan proibiu a oferta de vagas de trabalho no país a serem exercidas na China, como forma de prevenir a fuga de cérebros, especialmente na área de semicondutores.

Taiwan tem se preocupado com a agressividade chinesa na atração de talentos da área. O país está na fronteira tecnológica da produção de chips e não quer perder a liderança. Centenas de engenheiros já foram atraídos para a China, a grande maioria para trabalhar em empresas estatais.

A China entende que precisa dos melhores engenheiros para desenvolver o setor, considerado altamente estratégico para o desenvolvimento do país. Em março, promotores de justiça taiwaneses acusaram uma empresa chinesa de atrair ilegalmente mais de 100 engenheiros. Com isso, fizeram buscas e apreensões em 7 lugares do país e interrogaram mais de 20 pessoas. Impedir a perda de talentos em semicondutores é prioridade em Taiwan. Adquiri-los é prioridade na China. Demiti-los é prioridade no Brasil.