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A renda do brasileiro é de 4 mil reais por mês?
Então por que se recebe tão pouco?
Edição: 483
Data da Publicação: 12/01/2024
É uma conta simples: pegue o que o
país produz de bens e serviços e divida pela população. Segundo o economista
Ladislau Dowbor, o Brasil tem 203 milhões de habitantes e produz 10 trilhões de
reais por ano (2023), logo temos uma renda per capita correspondente a 16 mil
reais por mês por família de 4 pessoas; com o que a gente produz hoje de bens e
serviços dá para viver.
Nosso problema não é a pobreza, nosso
problema não é a falta de recursos, tampouco é econômico, mas sim a organização
política e social, as opções políticas que foram feitas todos os dias.
Para mudar essa realidade,
veio a reforma tributária
Esse quadro de
desequilíbrio acima foi a principal motivação da reforma tributária encaminhada pelo governo federal ao Congresso
Nacional. O imposto
sobre renda e riqueza é essencial para diminuir desigualdade. O objetivo é reduzir substancialmente a
desigualdade econômica da população, aumentar o poder de compra dos
brasileiros, gerando aumento do consumo e o consequente aumento do número de
postos de trabalho, gerando emprego, renda e qualidade de vida no Brasil.
Assim, o Congresso Nacional
deverá se debruçar, neste ano, sobre a segunda fase da reforma tributária, que
mudará a cobrança e o pagamento do Imposto de Renda. Há também a expectativa de
mudanças quanto à tributação sobre lucros, dividendos e patrimônios. Apenas
dois países no mundo não tributam os dividendos e o Brasil ainda é um deles.
Tributação e redução da desigualdade
Nathalie Beghin, economista e integrante do Colegiado de Gestão
no Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), afirma que essa segunda
etapa é a mais importante da reforma tributária por ter a capacidade de reduzir substancialmente a desigualdade econômica. "É
claro que a primeira trouxe resultados interessantes, mas o que de fato vai
contribuir para combater as desigualdades é essa segunda etapa, que envolve
tributação sobre riqueza e renda", afirma ele, uma vez que, hoje, se
tributa o consumo.
"A gente precisa tributar mesmo os lucros e dividendos. A
progressividade está mesmo na tributação de renda e riqueza: votar a tributação
sobre lucros, dividendos, aumentar as alíquotas do imposto de renda, inclusive
liberando as rendas mais baixas, ter as alíquotas mais altas das rendas mais
altas, regulamentar a tributação das heranças", destaca.
Com menos tributos sobre o consumo, que afeta mais o pobre do que o
rico, haverá mais recursos circulando na economia e, em especial, nos
municípios pequenos como Miguel Pereira, Paty do Alferes, Paulo de Frontin,
Vassouras, Mendes etc.