Voltar

Os horrores da guerra na Faixa de Gaza

Sem comida, sem energia elétrica, água, hospitais, sem corredor humanitário e abrigos, imperialismo - através do Estado de Israel - tenta um extermínio contra o povo palestino

Edição: 473
Data da Publicação: 04/11/2023

A situação na Faixa de Gaza está cada vez pior. Com o início da invasão da região por terra, mar e ar, além da falta de água, energia elétrica, internet, medicamentos, hospitais e alimentos, mantém-se o genocídio orquestrado pelo imperialismo contra o povo palestino. Além disso, os bombardeios israelenses são contínuos e estão destruindo estradas, casas, prédios e todo tipo de moradia ou abrigo.

Segundo dados da ONU, mais de 260 mil pessoas foram forçadas a fugir das suas casas em Gaza. Mais de 2.500 residências foram destruídas e cerca de 23 mil ficaram tão danificadas que é impossível viver nelas. Nesse momento, há também corte de combustíveis. Além da falta de leitos médicos e hospitais, estão faltando necrotérios para enterrar todos os mortos.

Para o jornal de notícias Sputnik, moradores de Gaza afirmaram que a situação em que está vivendo a população agora na região não pode ser descrita. Adel Zharna é um jornalista da Faixa de Gaza. Ele destacou não haver abrigo ou refúgio em Gaza: "Nestes momentos, a ocupação corta totalmente a energia elétrica e corta a Internet e a água. O que estamos vivenciando agora não pode ser descrito. Um desastre humanitário, social e econômico. Estou falando com você e não garanto minha vida nem por um minuto.".

No dia 15 de outubro, uma matéria da Al Jazeera trazia os seguintes dados de mortos e feridos, desde o início do conflito, uma semana antes: 4.070 pessoas foram mortas, sendo 2.670 palestinos e 1400 israelenses. Os feridos somam pelo menos 14.214 pessoas desde o início da guerra, sendo 3.400 israelenses e cerca de 10.814 em Gaza e na Cisjordânia, ou seja, um verdadeiro banho de sangue em andamento.

Shehab Younis, fotógrafo e cineasta, mora na cidade de Rafah, perto da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. Ele descreveu a situação humanitária de lá para a Sputnik como "cada vez mais aguda": "As nossas condições de vida deterioraram-se significativamente após o corte total do fornecimento de eletricidade e água. Pelo sétimo dia, aeronaves israelenses bombardearam nossas áreas residenciais, matando famílias inteiras e forçando centenas de milhares de pessoas a fugir para lugar nenhum."

Outro ponto que Shehab Younis apontou é o colapso dos hospitais que está prestes a acontecer, primeiro pela quantidade de vítimas que chegam a todo instante, segundo porque já falta todo tipo de equipamento, medicamentos etc. Por fim e o pior é que esses prédios onde se encontram os enfermos podem parar de funcionar a qualquer minuto devido à falta de energia elétrica. 

Outra situação levantada pelo fotógrafo são os corredores humanitários, que estão sendo bombardeados ou bloqueados por Israel. Após um aviso de ataque por terra de Israel para Gaza, a população teria 24h para deixar suas casas, no entanto, quando se tentava sair, o povo palestino estava sendo atraído para uma armadilha onde estavam sendo assassinados e bombardeados.

Os residentes da Faixa de Gaza não podem sequer sair do enclave. Havia apenas dois postos de controle para saída - Kerem Shalom para Israel e Rafah para o Egito. O primeiro foi completamente destruído durante o ataque do Hamas ao sul de Israel no fim de semana passado, e o segundo, disse Shehab, também está fechado. É preciso ampliar ainda mais as mobilizações em favor do povo palestino pelo planeta inteiro, por estar em curso mais um crime contra a humanidade, uma tentativa clara de extermínio de todo uma população.

Segundo o professor de Relações Internacionais, Reginaldo Nasser, da PUC-SP, "para quem acompanha a causa palestina, esses massacres não têm novidade nenhuma, porque isso é o cotidiano dos palestinos há 75 anos. Infelizmente, a comunidade internacional só liga quando acontece esses fatos, como foi o do Hamas que surpreendeu o mundo. Os dados são tenebrosos: falta de emprego, água, energia, remédio, comida e assim por diante". Hoje têm sido feito procedimentos cirúrgicos em crianças sem usar anestesia. A desinfecção tem sido feito com vinagre.

O governo sionista de Israel continua a desafiar o mundo e continua a praticar todos os tipos de assassinatos deliberadamente, como profanação de lugares santos, perseguição, humilhação, confiscos de terras, demolição de casas, construção de muros e assentamentos ilegais. A comunidade judaica responsabiliza o governo israelense pela aventura da explosão devastadora que ameaça a existência tanto de israelenses quanto de palestinos. Tanto os judeus quanto os palestinos precisam de proteção contra o governo aventureiro que arrisca as vidas dos palestinos e, dos judeus, em todo o mundo com a volta da perseguição insana que durante tanto tempo eles passaram e que estava esquecida. A única proteção é a paz baseada nas resoluções da ONU. A história de luta de sete décadas provou que o povo da palestina não aceitará a ocupação e a humilhação. Não há outra alternativa a não ser a criação do Estado da Palestina independente.