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Economia da morte
Execução financeira dos recursos do Executivo e o resultado da necropolítica e de sua base.
Edição: 361
Data da Publicação: 03/09/2021
Segundo o IBGE, o desemprego
atingiu níveis recordes: quase 15 milhões de desempregados e 35 milhões de
brasileiros que desistiram de procurar emprego, que são chamados de
desalentados, ou estão em subempregos (aquelas pessoas que gostariam de
trabalhar mais).
Além disso, 20 milhões de pessoas
estão em situação de insegurança alimentar grave, patamar esse há muito tempo
deixado para trás, mas que retoma com força total nos dias de hoje. A fome tem
cor e endereço: atinge proporcionalmente mais pessoas negras e aquelas que
moram nas regiões Norte e Nordeste do país, onde, nos últimos anos, a fome
vinha avançando, ainda que lentamente.
Enquanto brasileiros morrem de
fome ou por causa do vírus, a boiada passa e o Congresso Nacional faz pouco,
uma vez que aprovou uma Lei de Orçamentária mais preocupada com seus currais
eleitorais, investindo em emendas parlamentares.
Com isso tem-se, em 2021, 4 vezes
menos recursos para enfrentar a Covid-19 e suas consequências trazidas de 2020.
No ano passado, foram destinados 400 bilhões de reais para a pandemia, mas nesse
ano foi destinado pouco menos que 100 bilhões. No primeiro trimestre de 2021, o
número de óbitos aumentou em mais de 500% em relação ao mesmo período do ano
passado, que foi de 60 mil óbitos nos 6 primeiros meses de 2020 versus
306 mil óbitos nos 6 primeiros anos de 2021.
Apesar do desemprego crescente e
do aumento do número da miséria, o Auxílio Emergencial de 2021 é cerca de 4
vezes menor do que o do ano passado: no primeiro ano da pandemia, foram
autorizados 164 bilhões de reais para a transferência de renda emergencial; nesse
ano, somente 43 bilhões.
Segundo Nathalie Beghin, "Não
se trata de especulação, são fatos concretos que revelam como o uso do poder
social e político do atual ocupante do Palácio do Planalto e seus cumplices
definem quem deve morrer: as desnecessárias vítimas da Covid, especialmente as
negras, as pessoas passando fome, os indígenas e quilombolas, as pessoas da
periferia e os adolescentes e jovens periféricos, empobrecidos e abandonados
pelo Estado, entre outras. É uma vergonha um país como o Brasil, uma das
maiores economias do mundo, manter um presidente que nos atormenta e nos
indigna, não só porque exclui o pobre do orçamento, mas, essencialmente, os
mata", conclui Nathalie.
Mas ano que vem tem eleições e é
a oportunidade de mudar tudo isso.