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Ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder
"A indústria alemã precisa da matéria-prima que a Rússia tem", diz ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder
Edição: 395
Data da Publicação: 29/04/2022
O ex-chanceler da Alemanha,
Gerhard Schroeder, afirmou que a indústria alemã precisa das matérias-primas e
da energia da Rússia e, por isso, Moscou não pode permanecer isolado por longo
tempo.
Jornal The New York Times
"A indústria alemã
precisa da matéria-prima que a Rússia tem. Não se trata apenas de petróleo e
gás, mas também de matérias-primas raras. E essas matérias não podem ser
simplesmente substituídas, por isso não é possível isolar um país como a Rússia
por longo tempo, nem politicamente, nem economicamente", disse
Schroeder em entrevista publicada pelo jornal The New York Times, neste sábado
(23).
O ex-chanceler alemão disse,
ainda, que a Alemanha terá que "voltar a lidar com a Rússia"
como sempre fez, assim que a operação militar especial na Ucrânia for
encerrada.
Pé no chão
Scholz afirmou que o embargo
ao gás da Rússia é inaceitável, porque não levará ao fim da operação especial
na Ucrânia, mas terá "consequências significativas" para a
Alemanha e toda a Europa. Há muita pressão de toda a Europa para que a Alemanha
imponha sanções "mais fortes" contra a Rússia, mas os alemães sabem
que, se fizerem isso, as consequências para o país serão bem maiores e nada agradáveis,
já que ele depende significativamente do gás russo como uma das principais
fontes de energia.
Prensa brutal
No meio de toda essa queda-de-braços dentro
da Alemanha, os industriais deram uma prensa brutal diretamente no primeiro-ministro do país, Olaf Scholz, informando que vão comprar gás em rublos e
que isso não prejudica as sanções, colocando na conta do chancelar que ele será
o responsável por aniquilar a indústria alemã.
Argentina
Sanções contra a Rússia não conduzem à paz,
disse o chanceler argentino, Santiago Cafiero, e, segundo ele, o país não
seguirá este curso de ação.
"O que a Argentina busca e propõe é
um retorno ao diálogo, para pacificar a situação, e, honestamente, não
acreditamos que impor sanções ou bloqueios seja produtivo para a paz, o diálogo
e as negociações diplomáticas", disse Cafiero em entrevista, no sábado
(23/4), à agência de notícias argentina Telam. O chanceler destacou que a
Argentina não tem um marco regulatório para gerar sanções unilaterais e tem,
inclusive, uma lei que as impede.
EUA
e Rússia
O colunista Said Khalil
al-Absi escreveu sobre isso para o jornal britânico Rai Al Youm, afirmando: "As
ações dos EUA contra a Rússia são um crime. Washington cometeu um crime ao
congelar as reservas do Banco Central da Federação Russa e pressionar outros
países a forçá-los a apoiar as restrições anti-russas, como as sanções."
Começam
os cortes do gás russo
Nesta
terça-feira (26), a companhia russa de energia Gazprom já suspendeu o
fornecimento de gás à Polônia e à Bulgária após Varsóvia impor novas sanções a
indivíduos e companhias russas. Com a medida que começou a valer nesta quarta
(27/4), os países tornam-se os primeiros a ter o gás cortado pelo principal
fornecedor da Europa. Esses países não cumpriram a exigência de pagar pelo gás
em rubros. Vale salientar que a Gazprom fornece 50% do gás consumido na Polônia
e 90% do gás consumido na Bulgária. O corte do fornecimento a esses dois países
tem o sentido político, principalmente em relação à Polônia, que se comporta
como país hostil à Rússia. E como esses países usam as sanções como arma
política, a Rússia reserva para si o mesmo direito. Pode ser que esses cortes
sirvam de exemplo aos demais países. A França está preocupada.
China
A República Popular da China
emitiu nota, afirmando que a Europa deve manter uma posição mais independente
em relação aos EUA, porque o prejuízo é da União Europeia, dos países europeus
e não dos EUA, que estão lucrando com a crise, por meio da venda de armas e
gás.
A demência global
O economista Paulo Nogueira
Batista Jr., que foi diretor executivo no FMI, em Washington, e ex-vice-presidente
do Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, afirmou que os EUA fazem uma guerra por dupla
procuração contra a Rússia. Enquanto a Ucrânia faz a guerra militar, os
europeus fazem a guerra econômica. Na verdade, a Europa está massacrando sua
população, enquanto os EUA continuam comprando o petróleo russo, pelo menos até
quarta-feira - é a demência global.
O que fez a Hungria? O que fez
a Áustria? Decidiram pagar em rublos, moeda russa, e seguem recebendo o gás
russo. Aliás, eles e mais 10 compradores europeus já abriram contas no Gazprom
Bank, em Moscou, para comprar e pagar em rublos.
Fonte:
Sputnik e 247