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Governo privatiza os pilares da energia nacional e sacrifica soberania e cidadania brasileiras
Um país que abre mão do controle estatal de sua energia abre mão de promover a cidadania de sua população
Edição: 404
Data da Publicação: 01/07/2022
O Brasil começou a abrir mão da sua soberania
em 2016. Perdeu o pré-sal, uma riqueza mineral imensa, para empresas estrangeiras,
em vez de assegurar o desenvolvimento do Brasil, como fez a Noruega ao
descobrir o petróleo e que usou sua riqueza para seu crescimento. O pré-sal
brasileiro, um petróleo riquíssimo situado abaixo da camada do pré-sal em mares
brasileiros, é usado para desenvolver os EUA, a Inglaterra e outros países que
dominam o mundo por causa da energia.
Desmoralizam a Petrobrás, maior empresa
nacional e uma das maiores e mais eficientes do mundo, não só em tamanho e
faturamento, também desenvolvedora de tecnologia e fomentadora de novas
empresas. Ela é o pilar da soberania brasileira. O governo entregou o pré-sal à
Exxon Mobil, dos EUA, à Shell e British Petroleum, ambas inglesas, dentre
outras estrangeiras.
De lá para cá, a empresa sofre grandes
desmontes diários para enriquecer banqueiros, rentistas debenturistas. O mesmo
aconteceu com a Eletrobrás: outro pilar do poderio nacional. Imagine um imenso
prédio sendo implodido. É isso que está acontecendo com a soberania e a
cidadania brasileiras.
O Brasil é autossuficiente em petróleo, mas
não em combustíveis. Segundo o Observatório Petrobrás, o Brasil é o 9º maior
produtor de petróleo do mundo. Mas o que falta para sermos autossuficientes em
combustíveis? Precisamos de refinarias com sua capacidade total, ampliação do
nosso parque de refino e as unidades de processamento de gás natural.
Não é isso, porém, que vem acontecendo.
Nossas refinarias, quando não são vendidas, passam a operar com capacidade
ociosa, e, ao mesmo tempo, o país passa a importar combustíveis para abastecer
o mercado interno pagando a peso de ouro. Talvez uma coisa esteja ligada
à outra.
A refinaria na Bahia (RLAM) que foi vendida
para a empresa Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, já aumentou o preço dos
combustíveis 3 vezes em apenas um mês, além de ter sido vendida pela metade do preço
(ela valia em US$ 3 bilhões e foi vendida por US$ 1,65 bilhão). É o capital
estrangeiro lucrando no lombo do trabalhador.
Com a privatização das refinarias, como a
RLAM, e o desinvestimento da Petrobrás, a empresa produz menos diesel, mas
aumenta a importação do produto. Quem paga a conta? O trabalhador, com preços
mais caros e inflação mais alta disseminada em todos os produtos. Com a
desnacionalização, estão destruindo uma empresa estratégica na área de refino e
o país vem sofrendo com a política de preços.
Segundo o economista Ualace Moreira, desde
janeiro de 2020, o preço da gasolina já ultrapassou 77,04% na refinaria e o
diesel já passou de 78,71%.
Enquanto a Petrobrás tem mais que 30% do
refino ocioso, o Brasil tem 400 empresas importando gasolina dos EUA com preço
internacional. Aliás, essas empresas só sobrevivem com a vigência do PPI.
E, para terminar, segundo a FUP - Federação
Única dos Petroleiros, em três anos, o preço dos combustíveis subiu cinco vezes
mais do que a inflação.