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Reviravolta nas eleições na França e Inglaterra

Eleitor se revolta e dá o tom da insatisfação com os atuais governos

Edição: 507
Data da Publicação: 05/07/2024

Domingo, haverá segundo turno das eleições para deputados na França. Diferente do Brasil, as eleições para deputado não são proporcionais, lá, as eleições são distritais - vence o que chega em primeiro lugar.

A França é divida em 577 distritos e, em cada distrito, cada partido só pode lançar um candidato a deputado. É eleito direto aquele candidato que alçar 50% mais um voto. Nos distritos que não alcançarem 50% dos votos, haverá segundo turno com aqueles candidatos que alcançaram 12% ou mais dos votos. Assim, haverá distritos com dois, três e quatro candidatos, que são chamadas eleição dueto, eleição triangular e eleição quadrangular.

Após o primeiro turno e com a expressiva votação que a extrema direita alcançou, seja elegendo 39 deputados direto no primeiro turno, e ter ficado em primeiro lugar na maioria dos distritos, haverá segundo turno.

Ocorre que, para evitar a vitória anunciada da extrema direita, de Marine Le Pen do RN - Reunião Nacional, houve uma violenta movimentação para que os candidatos democráticos, seja de esquerda, extrema esquerda, socialistas e os ligados ao Primeiro Ministro Macron, que chegaram na 3ª e 4ª colocação, desistissem em favor daqueles candidatos que chegaram na 2ª colocação e lutam contra a extrema direita.

O movimento deu resultado e 220 candidatos retiraram suas candidaturas em favor do segundo colocado. Desta forma, dos 500 distritos que terão 2º turno, haverá apenas um distrito cuja eleição será quadrangular, ou seja, 4 candidatos (neste distrito, não houve acordo), em 94 distritos, será triangular, disputa entre três candidatos, e, em 405 distritos, a eleição será entre dois candidatos (eleição dueto), um contra o outro.

Para eleger o Primeiro Ministro, o partido precisa alcançar 289 cadeiras. Apesar de Marine Le Pen sair muito fortalecida da eleição, seu partido não deve alcançar essa quantidade, e, apesar de eleger um expressivo número de deputados, ela já avisou que não fará coligação para alcançar as 289 cadeiras. Le Pen já declarou que não governará, se não alcançar maioria absoluta (289 deputados). Não quer assumir esse risco.

De qualquer forma, Le Pen sai como principal força política para as próximas eleições para presidente daqui a 3 anos. Ela já falou que só governa agora com maioria absoluta, como não deve ter, está apostando na paralisia institucional e quer sair para as presidências levando vantagem disso.

Más lembranças

A França guarda péssimas lembranças da extrema direita que governava o país quando não ofereceu resistência à chegada de Hitler, e ocupou o país de 1941 a 1945, havendo perseguições e prisões no período.

Reviravolta na Inglaterra

Na Inglaterra, cujo governo é parlamentarista assim como na França, houve reviravolta, mas, dessa vez, foi o Partido Trabalhista, de esquerda, que vai fazer 484 deputados de um total de 650 cadeiras no parlamento. Em segundo lugar, vêm os conservadores, caindo de 400 cadeiras para apenas 64 deputados. E, em terceiro, vem o Partido Liberal. O Partido Conservador está no poder há 14 anos (desde 2010). Vamos aguardar a conclusão das eleições para verificar essas projeções.