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Consumidores amargam o prejuízo da privatização da BR Distribuidora e da Liquigás
O controle das empresas foi entregue a grupos privados nos governos Temer e Bolsonaro
Edição: 508
Data da Publicação: 19/07/2024
Estudo
da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revela
que, nos últimos cinco anos, o preço do botijão de gás de 13 quilos para a
população vem aumentando mais do que o preço do GLP para as distribuidoras, nas
refinarias. Mesmo quando o preço da Petrobrás fica parado, o preço do botijão
ao consumidor cresce e as margens de distribuição e revenda sobem mais e descem
menos do que os preços da estatal.
Segundo
os dados da ANP, enquanto o botijão subiu R$ 32,32 em média, entre maio de 2019
e maio de 2024 (passando de R$ 69,29 para R$ 101,61), para a Petrobrás, a alta
foi de apenas R$ 6,54, e o setor de distribuição e revenda ficou com R$ 19,38.
Os impostos subiram R$ 8,38 (ICMS) e houve redução nos tributos federais (menos
R$ 2,18).
"Ao
analisar a composição do preço ao consumidor final, verifica-se que o que sobe
muito são as margens para a distribuição e revenda", destaca o economista
do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese)
e assessor da FUP, Cloviomar Cararine. Ele observa que, desde 2016, o gás na
refinaria entrou em um processo de aumento de preço e de instabilidade,
seguindo a estratégia de paridade internacional e a política de elevação de
lucros da Petrobrás voltada para a maior distribuição de dividendos a
acionistas.
O equívoco
cometido pela Petrobrás
Para
Cararine, esta situação de maiores ganhos relativos à distribuição e revenda do
gás de cozinha mostra o equívoco cometido pela Petrobrás nos governos Temer e
Bolsonaro, em privatizar a BR Distribuidora e a Liquigás, ambas empresas hoje
controladas pelo capital privado.
O
estudo da ANP mostra um maior crescimento nos preços do gás ao consumidor entre
2017 e 2022. A partir de 2023, há um retorno de menor peso do insumo nos
salários e na cesta de produtos básicos para a população.
Em
2022, o preço do botijão representava 9% das despesas de uma cesta básica e 5%
das despesas com um salário mínimo. Hoje, caiu para 4,5% do total da despesa
com a cesta básica e 2,25% do salário mínimo.
Isso
acontece por três principais motivos: estabilidade nos preços do botijão, política
de valorização do salário mínimo, com reajuste acima da inflação, e inflação
controlada, dentro da meta do Banco Central.
"Poderia
ser ainda melhor para o consumidor que ganha um salário mínimo, se as margens
de lucro das distribuidoras e revendedoras fossem as históricas", avalia
Cararine.
Lula terá trabalho. O preço dos combustíveis é a
maior fonte de desgaste junto à população, principalmente a de baixa renda, que
sofre com o preço do gás de cozinha, e isso sem falar no preço exorbitante dos
combustíveis, que encarece o preço de todo produto. Ele já mudou o presidente
da Petrobrás uma vez. Espero que não precise trocar novamente, mas, se houver
necessidade, ele o fará.
Fonte FUP